Política

Entidades propõem mesa permanente de diálogo com a Secretaria da Agricultura

A Associação Paulista de Extensão Rural (APAER), a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) e a Associação do Funcionários da fundação Itesp (Afitesp) participaram da primeira reunião com o novo secretário da Agricultura de São Paulo, Antônio Junqueira. Durante o encontro, as entidades sugeriram a criação de uma mesa permanente de diálogo com a pasta.   

“Nos últimos quatro anos passamos por momentos de muita tensão, ameaça de fechamento das Casas da Agricultura, aumento de impostos de produtos agrícolas. Por isso, a mesa de negociação é fundamental para que possamos, juntos, contribuir para o avanço da pesquisa científica e da extensão rural”, comenta Eduardo Zahn, presidente da APAER.  

O objetivo das associações com a mesa permanente de negociação é buscar soluções para os desafios que impactam o atendimento aos agricultores, principalmente os pequenos produtores, que integram a agricultura familiar no Estado de São Paulo.

Antônio Junqueira, secretário da Agricultura, com as entidades (Divulgação)

Junqueira se comprometeu em buscar uma forma de criar esse fórum para o diálogo, que teria reuniões periódicas, e se mostrou aberto para ouvir as entidades.  

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“Desde que assumi a secretaria, o compromisso que fiz com o governador Tarcísio de Freitas foi dar atenção aos pequenos e médios produtores, e é isso que eu vou tentar fazer”, disse Junqueira.  

Durante o encontro, integrantes da APAER manifestaram preocupação com os casos judicializados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que têm tomado tempo dos extensionistas, comprometendo a assistência aos agricultores. A SAA informou que já estuda uma forma de resolver a questão.  

Institutos Públicos de Pesquisa  

Outro ponto tratado foi a situação dos Institutos Públicos de pesquisa científica ligados à secretaria. A diretoria da APqC apresentou estudos que apontam para o risco de um apagão científico no Estado, com a aposentadoria de cientistas sem que haja reposição dos quadros.   

“A falta de concurso e de valorização da categoria levou uma situação dramática, que pode impactar diretamente a produção de alimentos no Estado”, comenta Patricia Bianca Clissa, presidente da APqC. “Se houver este apagão científico, o Estado não terá os profissionais necessários para atuar em caso de uma praga ou ameaça que exija pesquisa, por exemplo”.  

Hoje, um pesquisador em início de carreira no Estado de São Paulo recebe R$ 4.751,93 mil enquanto o Estado de Santa Catarina paga R$ 14.456,71. A SAA confirmou que o governador Tarcísio de Freitas está ciente da situação.  

Itesp  

A reunião também discutiu a situação dos funcionários da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo “José Gomes da Silva”  (Itesp), transferida este ano da pasta de Justiça para a agricultura.   

“É algo muito recente, que nos pegou de surpresa, então buscamos entender como isso vai ocorrer. O Itesp é imprescindível para o desenvolvimento socioeconômico regional, sobretudo pequenos e médios municípios de base econômica agrária”, comenta Fernando Amorim Rosa, vice-presidente da Afitesp.  

Junqueira disse que nada será feito “goela abaixo” e que a personalidade jurídica da Fundação será mantida, sem fatiamento ou desmembramento das unidades. O secretário recebeu estudos feitos pelo Dieese, a pedido da Afitesp, que mostram a defasagem salarial da categoria superior a 60%, problema que também afeta os servidores da extensão rural e da pesquisa. A entidade pediu ainda a revisão do plano de carreira, que existe, mas não funciona na prática. 

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