Polícia

Bolsonaro se cala em depoimento sobre suposta tentativa de golpe de Estado

O ex-presidente e outros aliados são investigados pela Polícia Federal por formarem uma organização criminosa que teria planejado medidas contra o Poder Judiciário e o sistema eleitoral.

O ex-presidente e outros aliados são investigados pela Polícia Federal por formarem uma organização criminosa(Fabio Rodrigues Pozzebom – Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro não respondeu às perguntas da Polícia Federal (PF) em seu depoimento, nesta quinta-feira (22), sobre a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil. Ele chegou à sede da PF, em Brasília, por volta das 14h20, e saiu cerca de 30 minutos depois, sem falar com a imprensa. A defesa de Bolsonaro alegou que ele ficou em silêncio porque não teve acesso à íntegra dos autos da investigação, que é conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro e outros ex-integrantes do seu governo são suspeitos de formarem uma organização criminosa que teria atuado para tentar manter o então presidente no poder após a vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022. As investigações apontaram que o grupo formulou uma minuta, com a participação de Bolsonaro, que previa uma série de medidas contra o Poder Judiciário, incluindo a prisão de ministros do STF. Esse grupo também promoveu reuniões para impulsionar a divulgação de notícias falsas contra o sistema eleitoral brasileiro e monitorou o ministro Alexandre de Moraes.

Além de Bolsonaro, prestaram depoimento nesta quinta-feira (22) na sede da PF, em Brasília, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o ex-ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o presidente do partido de Bolsonaro, o Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto. As defesas desses investigados não falaram com a imprensa.

A operação que deu origem à investigação foi deflagrada no dia 8 de fevereiro, com o nome de Tempus Veritatis, e teve como alvo diversos militares e assessores ligados a Bolsonaro. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, chegou a ser preso por porte ilegal de arma e de pepita de ouro de garimpo ilegal durante a operação.

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A defesa de Bolsonaro afirmou que ele nunca foi simpático a qualquer tipo de movimento golpista e que está à disposição da Justiça para esclarecer os fatos. Os fãs do ex-presidente criticaram a investigação e acusaram o STF de perseguição política.

O caso é considerado um dos mais graves da história recente do país e pode ter consequências jurídicas e políticas para os envolvidos. O STF ainda não se pronunciou sobre o resultado dos depoimentos e sobre os próximos passos da investigação.

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