Brasil

Bolsa toca campainha em defesa da igualdade de gênero

Por Fernanda Cruz

Da esquerda para direita: Gilson Finkelsztain, Presidente da B3; Denise Pavarina, membro do conselho de administração da B3; Denise Hills, Presidente da Rede Brasil do Pacto Global e superintendente de Sustentabilidade e Negócios Inclusivos do Itaú; Adriana Carvalho, gerente da ONU Mulheres para os Princípios de Empoderamento das Mulheres; Hector Gomez Ang, gerente geral da IFC para o Brasil; Cécile Mérle, primeira secretária da delegação da União Europeia no Brasil; Ana Carolina Querino, representante da ONU Mulheres; Sergio Rial, CEO do Santander; Sergio Wilson Ferraz Fontes, Diretor-Presidente da Fundação Real Grandeza; e Denise Hills, Presidente do Board da Rede Brasil do Pacto Global e Chief Sustainability Advisor do Itaú Unibanco (B3/Reprodução)

A B3 promoveu hoje (8), Dia Internacional da Mulher, o toque de campainha pela igualdade de gênero. A iniciativa ocorre simultaneamente em 89 outras bolsas de valores ao redor do mundo, e tem o apoio da Organização das Nações Unidas Mulheres (ONU Mulheres). O objetivo do evento, realizado pelo quinto ano no Brasil, é chamar a atenção para equidade de gênero no mercado financeiro e no setor empresarial.

Ana Carolina Querino, representante da ONU Mulheres no Brasil, lembrou que o país ocupa o terceiro lugar no mundo em número de empresas signatárias dos princípios de igualdade de gênero da entidade. O projeto teve início em 2010 e obteve adesão de cerca de 200 empresas brasileiras, sendo que a meta é chegar a 600. No mercado financeiro, o número de mulheres investidoras brasileiras praticamente dobrou nos últimos dez anos.

Apesar dessa melhora, os indicadores nacionais e mundiais ainda apontam grande desigualdade entre os gêneros. Apenas 5% de CEOs (diretor executivo) das principais empresas mundiais são mulheres; 15% dos conselhos de administração dessas empresas têm mulheres e 4% do setor privado conta com mulheres na presidência. Um relatório do Fórum Econômico Mundial aponta que os países precisam de, no mínimo, 200 anos para o fim da igualdade de gênero.

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“Grandes mudanças são feitas a partir do engajamento de todos. Essas ações [em prol do empoderamento feminino] representam o limiar de um futuro em que todas as mulheres sejam tratadas com igualdade, sejam elas negras, indígenas, com deficiência”, disse Ana Carolina.

No Brasil, estudos mostram que 10% dos cargos na diretoria executiva das empresas são ocupados por mulheres, índice inferior à média mundial, que é de 16%. A representante da ONU Mulheres destaca que aquelas organizações que dão espaço para o trabalho feminino em seus conselhos administrativos, por sua vez, têm retorno financeiro 3,7% maior por ano.

Compromissos públicos

Denise Hills, presidente do Pacto Global, no Brasil, iniciativa da ONU, lembra da importância dos compromissos públicos assumidos pelas empresas, que tem como meta garantir que todos os participantes da rede assinem esses acordos até o final do ano. “O pacto tem como objetivo ampliar a participação das mulheres no mercado de trabalho. É importante que empresas que já estão a frente [na igualdade de gênero] consigam mostrar que isso é uma realidade, que a presença delas gera mais retorno, mais do que as estatísticas provam”, disse.

A Corporação Financeira Internacional, do Grupo Banco Mundial, também tem planos de ação em prol das mulheres. Hector Gomez Hang, representante da instituição, afirma que espera dos acionistas que tenham ao menos metade de seus conselhos de administração com membros do sexo feminino. Um dos incentivos do banco é a linha de financiamento, no valor de 2,6 bilhões de dólares por ano, voltado para as empresas comandadas por mulheres.

Europa

Segundo Cécile Merle, primeira secretária da Delegação da União Europeia no Brasil, disse que os países europeus seguem, desde 2015, diretrizes de longo prazo com foco no fim das disparidades salariais entre os sexos. “As europeias ganham 16,2% a menos por hora em trabalhos iguais aos homens, e apenas um quarto dos autos cargos diretivos das empresas europeias são assumidos por mulheres”, disse, acrescentando que “o empoderamento das mulheres na economia não é apenas dever moral, mas justiça social e riqueza para sociedade”

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