Brasil

Corpo de Bruno Pereira é velado no Nordeste

O corpo do ex-coordenador-geral de Índios Isolados e Recém Contatados da Fundação Nacional do Índio (Funai), Bruno Araújo Pereira, está sendo velado hoje (24), em Paulista, na região metropolitana do Recife (PE).

Aberto ao público, o velório começou perto das 9h. O corpo do indigenista pernambucano será cremado durante uma cerimônia agendada para as 15 horas de hoje e limitada a parentes e poucos amigos.

Fechado, o caixão contendo o corpo de Bruno foi coberto com as bandeiras de Pernambuco; do Sport, time de futebol para o qual ele torcia e por uma foto de Bruno. Além de familiares e amigos, representantes de movimentos sociais e indígenas prestam as homenagens ao ex-servidor da Funai, assassinado no início do mês, no Vale do Javari, na Amazônia.

Caixão com foto de Bruno é velado enquanto indígenas formam círculo ao redor
(Marlon Costa/Pernambuco Press/via Agência Amazônia)

Um grupo de índios da etnia Xukuru, de Pesqueira (PE), viajou cerca de 200 quilômetros para prestar um tributo a Bruno. Entre cânticos e discursos em defesa dos povos indígenas e do meio ambiente, os xukurus declararam Bruno como um “ser encantado”, protetor da causa indígena.

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Condolências

Até as 10h, um espaço no site do Cemitério e Crematório Morada da Paz, destinado a publicações de homenagens e orações, já tinha recebido 350 mensagens destacando a dedicação de Bruno à proteção dos povos indígenas e da Amazônia e prestando condolências à família.

Bruno e o jornalista britânico Dom Phillips foram emboscados e mortos no início do mês, quando viajavam, de barco, pela região do Vale do Javari. Localizada próxima à fronteira brasileira com o Peru e a Colômbia, a região abriga a Terra Indígena Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares (cada hectare corresponde, aproximadamente, a um campo de futebol oficial). A área também abriga o maior número de indígenas isolados ou de contato recente do mundo.

Bruno e Dom foram vistos pela última vez no dia 5 de junho, enquanto se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), onde se reuniria com lideranças indígenas e comunidades ribeirinhas. Seus corpos só foram resgatados dez dias depois. Eles estavam enterrados em uma área de mata fechada, a cerca de três quilômetros da calha do Rio Itacoaí.

Polícia Federal (PF) concluiu os exames periciais nos remanescentes humanos nesta quarta-feira (22). Assim, os corpos de Bruno e Dom foram entregues às famílias ontem (23).

Em Niterói

Dom Phillips posa para foto com a floresta amazônica ao fundo.
Dom Phillips, jornalista (Reprodução)

O jornalista Dom Phillips será velado em Niterói, no estado do Rio de Janeiro, e seu funeral está marcado para domingo (26), a partir das 9h. Colaborador do jornal britânico The Guardian, Dom fazia a cobertura jornalística ambiental, incluindo os conflitos fundiários e a situação dos povos indígenas, e preparava um livro sobre a Amazônia.

Oito pessoas estão sendo investigadas por possível participação no duplo assassinato e na ocultação dos cadáveres. Três dos suspeitos estão presos e cinco foram identificados por terem participado da ocultação dos cadáveres. Os presos são Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos.

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