Polícia

Policiais militares são presos suspeitos de executar homens após perseguição

Dois policiais militares foram presos neste domingo (13), por decisão da Justiça Militar, por suspeita de perseguirem e executarem dois homens, com aproximadamente 30 tiros, dentro de um carro parado na Zona Sul de São Paulo. As vítimas eram suspeitas de assalto. Elas não atiraram contra os policiais, mas foram encontradas mortas com 50 perfurações de balas pelos corpos.

O caso ocorreu na última quarta-feira (9), mas o crime só chegou ao conhecimento das autoridades após um vídeo, gravado por uma testemunha e que circula nas redes sociais, mostrar os agentes da Polícia Militar (PM) atirando contra os dois rapazes suspeitos dentro do Onix branco da Chevrolet. O veículo havia sido roubado juntamente com os pertences dos proprietários.

O sargento André Chaves da Silva e o soldado Danilton Silveira da Silva, ambos do 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM) foram presos e estão detidos no Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital. As prisões preventivas deles foram decretadas pelo juiz Ronaldo João Roth, do Tribunal de Justiça Militar (TJM), a pedido do Ministério Público Militar (MPM) e da Corregedoria da PM.

O vídeo que circula nas redes sociais mostra dois policiais militares atirando dentro de um carro em Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, na noite de quarta-feira (9).

Histórico
Essa não foi a primeira vez em que o sargento André, que está na PM há mais de duas décadas, teve de encarar o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo. Em agosto de 2018, ele foi condenado a quatro meses de detenção em regime aberto por ameaça.

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Conforme as investigações, em julho de 2017, o sargento estava acompanhado de um soldado do 1º Batalhão da PM Metropolitano, em patrulhamento também na região de Santo Amaro, atrás de suspeitos de roubarem uma motocicleta.

Durante as buscas, a dupla de PMs decidiu abordar um homem que estava em uma rua. Na abordagem, o homem teria chamado o soldado de “você”, e o policial o agrediu com um soco no rosto, dizendo que deveria ser chamado de “senhor”.

Após as agressões, o sargento André ameaçou a vítima, conforme indicam as investigações. Segundo consta no processo, o PM disse o seguinte à vítima: “Tem alguma queixa para fazer de nós? A hora é agora de você denunciar”. Em seguida, tirou fotos do documento, do rosto e da residência do homem agredido, e disse que voltaria caso os policiais fossem denunciados.

Na ocasião, a defesa do sargento disse que ele não cometeu o crime de ameaça, e usou o GPS da viatura que ele ocupava para mostrar que o carro estava em movimento durante o período relatado pela vítima. Mas os argumentos da defesa foram rejeitados pela Justiça Militar.

O sargento também já havia participado de uma outra ocorrência que resultou na morte de uma pessoa. Tal fato ocorreu em 24 de maio de 2011. Naquele dia, segundo documento obtido pela reportagem da Ponte, André Chaves da Silva ainda era cabo e estava encarregado por uma viatura, sentando ao lado do soldado Ailton Reis da Silva. Em determinado momento, receberem via rádio do carro policial sobre roubo de carga. Após alguns minutos, localizaram um caminhão que havia sido roubado, no final da Rua Carloforte, Capão Redondo, também na zona sul, parado com dois homens.

De acordo com o documento, “um deles ao visualizar a viatura se evadiu, porém o outro veio de encontro à viatura, momento em que o PM André tentou abordar o indivíduo este começou a correr, mas, virou-se efetuando um disparo de arma de fogo contra a guarnição que foi revidada pelos policiais militares. O agressor continuou a correr, no entanto, depois, de alguns metros caiu alvejado, sendo socorrido ao PS do Campo Limpo”. O homem morto naquele dia foi identificado como Elton da Silva Reis. A dupla de PMs foi absolvida.

Outro lado
A reportagem não conseguiu contato com a defesa do sargento André Chagas. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública não se pronunciou.

A defesa do soldado Danilton Silveira da Silva encaminhou nota em que sustentou que irá pedir um habeas corpus:

“Participamos hoje da audiência de custódia dos policiais envolvidos, cujo objetivo era avaliar as formalidades da prisão preventiva. O próprio juiz que havia determinado a prisão conduziu a audiência. Por não haver novos elementos de ontem para hoje, decidiu-se manter a prisão dos policiais. Vamos trabalhar na interposição de habeas corpus atacando esse pedido de prisão preventiva. Não existem elementos processuais para que a prisão seja mantida. Sobre o mérito, ainda não traçamos uma linha de defesa porque não sabemos ainda como eles serão denunciados. Se for considerado um crime doloso o julgamento vai para Vara do Júri e não haverá mais trâmite do caso na Justiça Militar. Teremos que aguardar, portanto. Nossa preocupação agora é fazer com que respondam o caso em liberdade”.

*As informações são do portal A Ponte

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