Espanha detém sete torcedores após atos racistas
A Polícia Nacional da Espanha divulgou imagens, na manhã de hoje (23), que mostram a detenção de torcedores suspeitos de participação em ato racistas contra o jogador brasileiro Vini Jr. Três jovens foram presos em Valência, local onde ocorreu o jogo entre Valencia e Real Madrid. A imprensa internacional noticia a prisão de sete suspeitos.
Durante uma partida do Campeonato Espanhol neste domingo (21), o atacante brasileiro foi chamado de macaco por torcedores do Valencia. Ele ficou diante dos torcedores atrás do gol e apontou para o aparente agressor.
A partida foi interrompida, e o jogador acabou expulso após uma briga com um jogador da equipe adversária.
Banidos
Ontem (22), o Valencia anunciou que vai expulsar “para sempre” de seu estádio, o Mestalla, os torcedores que proferiram insultos racistas contra o brasileiro Vinícius Júnior, que é atacante do Real Madrid.
Em comunicado, o clube espanhol afirmou também que a polícia já identificou um torcedor que fez “gestos racistas” contra Vini Jr. e que está sendo feito um trabalho coordenado para confirmar a identidade de outros possíveis envolvidos.
“Desde o momento dos fatos, estão sendo analisadas todas as gravações disponíveis, trabalhando o mais rápido possível para esclarecer o ocorrido, a fim de agir com rapidez e contundência”, disse o comunicado do Valencia.
O clube disse já ter aberto um primeiro processo disciplinar e garante que “vai aplicar a máxima severidade” aos sócios que comprovadamente tiveram conduta racista.
“O clube condena fortemente esse tipo de comportamento, que não tem lugar no futebol e na sociedade e que não corresponde aos valores do Valencia CF e dos seus torcedores”, destacou o comunicado.
“Reafirmamos a nossa posição contra o racismo agindo com a mesma contundência de 2019, quando um torcedor que fez gestos e saudações fascistas aos torcedores do Arsenal em um jogo da Liga Europa foi expulso para sempre”, lembrou o clube.
Onda de apoio a Vini Jr.
Após o ataque racista, a LaLiga foi cobrada pelo jogador, pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e até mesmo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a agir.
Ainda no domingo, Vini Jr. escreveu em seu perfil no Twitter que o racismo na liga espanhola é recorrente e que a “competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam”.
“Até quando ainda vamos vivenciar, em pleno século 21, episódios como o que acabamos de presenciar, mais uma vez, em LaLiga?”, questionou Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.
“A Fifa e a Liga Espanhola têm que tomar sérias providências, não podemos permitir que o fascismo e o racismo tomem os estádios de futebol”, disse Lula. O Ministério da Igualdade Racial também afirmou repudiar o racismo contra Vini Jr.
O presidente da LaLiga, Javier Tebas Medrano, reagiu, afirmando que nem a liga espanhola nem o país europeu são racistas e que a entidade sempre age contra agressores. Somente nesta temporada, nove casos de racismo teriam sido denunciados, oito deles contra Vini Jr.
Em resposta a Vini Jr., Medrano também tuitou: “Antes de criticar e insultar a liga é necessário que você se informe adequadamente.”