Empreendedorismo

Startup aposta nos endividados e já supera 300 mil clientes

Com as recentes crises econômicas não só do Brasil, mas do mundo, o dinheiro ficou mais caro e difícil de ser acessado por pessoas e empresas. Quem não reparou na geladeira que antes podia ser parcelada em 24 vezes sem juros e agora só é possível em 12? Tal cenário tem feito com que novas formas de crédito entre pessoas e empresas ganhem espaço entre os brasileiros. 

É o caso, por exemplo, da Ali. A startup nasceu em meados de 2018 e concede crédito com foco na redução do endividamento das pessoas. A empresa foi criada do zero e hoje está prestes a bater a marca de 300 mil clientes atendidos, dada a necessidade do serviço oferecido. 

A meta, segundo Bruno Reis, CEO e fundador da companhia, é chegar a 1 milhão de vidas melhoradas nos dois próximos anos. “Entendemos que a falta de educação financeira faz com que o brasileiro não saiba se relacionar de maneira saudável com o dinheiro e o alto endividamento acaba por imobilizar muitas pessoas. Estamos seguros que não precisa ser assim. Por isso, trabalhamos com a ideia de oferecer condições justas e que melhorem a vida das pessoas, de verdade”, explica. 

Mãos seguram celular que tem na tela a imagem do PIX
(Reprodução)

Na prática, a Ali permite, por meio sua oferta de crédito com o Economizômetro®, uma plataforma exclusiva da empresa, que alguém que tenha dívidas caras, ou seja, com parcelas que pesam no orçamento, troque por outra mais barata e sem as famosas “pegadinhas”. 

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“Uma família que tenha um custo mensal de R$700 com uma parcela do cartão de crédito, por exemplo, pode reduzir este montante pela metade, R$350, a depender das condições de negociação com o banco. Isso é economia direto no bolso, sem aumentar o valor total devido”, explica. 

Hoje, o serviço é oferecido como um benefício para colaboradores de empresas, que também contam com educação financeira para permitir a organização financeira dos clientes.

“Vamos além do crédito e temos como missão ajudar de fato aquelas pessoas que nos procuram não só quitando suas dívidas, mas melhorando a relação que elas têm com o dinheiro”, comenta Bruno. 

A ideia desenvolvida pelo empresário deu tão certo que em 2022, a Ali Crédito recebeu um aporte de R$130 milhões do BTG Pactual para seguir sua expansão, desta vez, em ritmo mais acelerado. 

“Os recursos têm sido investidos para avançarmos de forma mais rápida para os estágios estabelecidos como meta. Costumo dizer que ao alcançarmos um patamar, por exemplo, de 300 mil clientes, abrimos portas para chegarmos a 1 milhão. Estamos só no começo”. 

A Peak Invest, por outro lado, também é uma startup, porém, o negócio atua com crédito para pessoas jurídicas e não físicas, como no caso da Ali. 

A empresa nasceu há alguns anos na cidade de São Paulo e já concedeu mais de R$130 milhões para empresas financiarem seus projetos e remodelarem suas dívidas. 

“Na Peak, nos esforçamos para oferecer taxas competitivas e atraentes em relação ao mercado. No entanto, é importante ressaltar que as taxas podem variar de acordo com o perfil de cada empresa e a natureza específica de cada negócio” explica Marcio Berger, fundador e CEO da empresa. 

O empresário comenta que os juros cobrados nas operações acompanham diversas variáveis de mercado, com taxas iniciais da ordem de 1,15% + IPCA, mais acessível que muitas linhas oferecidas atualmente com a Selic em 13,75% a.a. 

Vale ressaltar que o uso do crédito deve ser feito de forma consciente, nunca acima da capacidade de pagamento. Para financiar as operações, as instituições, muitas vezes, recorrem a investidores que nem sempre dispõem de capital suficientemente relevante para não causar problemas. 

Portanto, o não cumprimento dessas obrigações em larga escala pode implicar em um efeito cascata na economia, causando demissões e atrasos em pagamentos. O crédito é o motor de um país, mas pode se tornar um veneno se utilizado incorretamente. 

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