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Israel tem mais de 600 mortes provocadas por guerra com Hamas

O número de israelenses mortos no ataque surpresa do Hamas no sábado (07/10) continua a subir de maneira dramática mais de 24 horas após o início da sangrenta e ousada ofensiva do grupo palestino. Neste domingo (10/08), os serviços de emergência de Israel informaram que o total de mortos do lado israelense já passou de 600. Mais de 2.100 pessoas morreram.

O ataque já é um dos eventos mais graves da história israelense. O último grande episódio, a sangrenta Segunda Intifada, no início dos anos 2000, deixou mais de 1.000 israelenses mortos, mas ao longo de um período de quatro anos de conflito aberto com os palestinos. Na Guerra do Yom Kippur , em 1973, mais de 2.500 militares israelenses morreram ao longo de duas semanas de conflitos com a Síria e o Egito.

(Abed Zagout/Agência Anadolu)

Já as centenas de mortes israelenses no ataque do Hamas foram registradas em apenas um dia. E, embora as instalações militares tenham sido atacadas no sábado, a maioria das vítimas do Hamas  parece ser formada por cidadãos.

O ataque do Hamas teve como espinha dorsal a infiltração de centenas de homens armados em território israelense, que penetraram por pelo menos 29 pontos na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza. Dentro de Israel, os terroristas chegaram a tomar 22 comunidades, passando a massacrar a população civil, em alguns casos indo de casa em casa para matar seus ocupantes.

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Vítimas

Entre as vítimas israelenses são civis – incluindo idosos e crianças –, trabalhadores de serviços de emergência e descobertas de policiais, militares e bombeiros.

De acordo com o jornal israelense Haaretz, nas listas provisórias de mortos constam vítimas com idades entre 5 e 12 anos, algumas da mesma família.

Terroristas que circulavam em motocicletas atacaram um festival de música repleto de jovens que ocorria no deserto, perto da fronteira com Gaza, o enclave superpopuloso controlado pelo Hamas. Vídeos mostram centenas de pessoas fugindo do festival enquanto são alvos de tiros. “Eles estavam de árvore em árvore e atirando. Em toda parte. Dos dois lados. Vi que as pessoas estavam morrendo por toda parte”, disse uma testemunha do massacre à rede BBC.

Na cidade de Ofakim, o paramédico Aharon Haimov foi morto enquanto dirigia uma ambulância. Ele deixa dois filhos.

Um brasileiro ferido e dois desaparecidos após ataque do Hamas a Israel; informou o Itamaraty
(Reprodução – Redes Sociais)

Em outro episódio, terroristas massacraram ocupantes de veículos em uma rodovia. Pelo menos nove pessoas foram mortas a tiros em um ponto de ônibus na cidade de Sderot, incluindo idodos. Outro vídeo mostra terroristas desfilando com o corpo de uma mulher nua no compartimento de carga de um veículo. Não é claro se ela está morta ou inconsciente. Segundo a imprensa da Alemanha, suspeita-se que a vítima seja Shani Louk, de 22 anos, uma cidade alemã que participou do festival de música atacada pelos terroristas.

Falando ao Israel N12 News por telefone de Nir Oz, um kibutz perto de Gaza, uma mulher identificada como Dorin disse que terroristas invadiram sua casa e solicitaram abrir a porta do abrigo antiaéreo onde ela estava escondida. “Eles acabaram de entrar novamente, por favor, mandem ajuda”, disse ela. “Há muitas casas danificadas… Meu marido está segurando a porta fechada… Eles estão atirando”, disse ela.

“Saí e vi muitos corpos de terroristas, civis, carros alvejados. Um mar de corpos, ao longo da estrada, em outros lugares, montes de corpos”, disse um morador de Sderot.

Mais de 2.000 pessoas em Israel procuraram atendimento médico ou foram levadas a hospitais de todo o país, muitas em estado crítico. Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, entre os feridos está um brasileiro, que foi atingido por estilhas de uma granada. Já o governo da Ucrânia confirmou que duas cidadãs ucranianas morreram no ataque.

Dezaenas de sequestros

Paralelamente aos ataques a tiros contra militares e civis, os homens do Hamas também levaram bolsas de valores. Os vídeos mostraram homens armados capturando civis e militares israelenses, incluindo mulheres e idosos, que foram levados para a Faixa de Gaza.

Um vídeo mostrado terroristas arrastando pelo menos dois soldados israelenses de um veículo militar. Fotos da Associated Press mostraram uma idosa israelense sequestrada sendo levada a Gaza em um carrinho de golfe por homens armados do Hamas e outra mulher espremida entre dois combatentes em uma motocicleta.

O número total de capturados é desconhecido. O Hamas informou na noite de sábado que tomou pelo menos “53 prisioneiros de guerra”, mas a imprensa israelense especulou que o número poderá passar de 100, o que deve complicar potenciais planos das Forças Armadas de Israel para intervir por terra na Faixa de Gaza .

“São números até agora inimagináveis”, disse o tenente-coronel Jonathan Conricus, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI). “Isso moldará o futuro desta guerra.”

No passado, grupos palestinos já obtiveram referências como moeda de troca para exigir a liberação de militantes detidos por Israel. Em 2011, Israel saiu em soltar mais de mil prisioneiros palestinos em troca do soldado israelense Gilad Shalit, que ficou cinco anos no poder de diferentes grupos militantes na Faixa de Gaza.

Os homens do Hamas morreram ainda cadáveres de israelenses para Gaza, aparentemente não apenas para exibir-los como troféus de guerra, mas potencialmente para também usá-los como moeda de troca. Em 2007, o grupo xiita libanês Hisbolá trocou o cadáver de um israelense por um prisioneiro do poder das forças de Israel.

Retaliação deixa centenas de mortos em Gaza

Após o início dos ataques, Israel realizou centenas de incursões aéreas na Faixa de Gaza para destruir alvos do Hamas. Segundo serviços de saúde do enclave, os ataques já deixaram 370 mortos – incluindo 20 crianças. Outras 2.200 pessoas ficaram feridas até o momento, segundo as autoridades locais.

Há o temor de que as baixas em Gaza aumentem ainda mais nas próximas horas, especialmente após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciar que os palestinos que moram próximos de potenciais alvos deixarem essas áreas . No entanto, o espremido, empobrecido e superpopuloso enclave de 2,3 milhões de habitantes, alvo de um bloqueio tanto por Israel quanto pelo Egito, oferece poucas opções de saída ou proteção.

“Todos os lugares onde o Hamas se organiza, todos os lugares onde o Hamas se esconde e opera a partir deles, nós os transformamos em ruínas. Digo aos moradores de Gaza: saiam daí agora, porque agiremos em todos os lugares e com todas as forças”, disse Netanyahu.

A agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) disse que mais de 20 mil palestinos em Gaza já buscaram refúgio nas escolas administradas pelo órgão.

jps (ots)

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