15ª Marcha da Maconha é realizada em São Paulo com foco na necessidade de reparação antirracista
Neste sábado (17), a 15ª Marcha da Maconha ocorreu em São Paulo com o tema “Antiproibicionismo por uma questão de classe – Reparação por necessidade”. O evento teve concentração no vão livre do Museu de Artes de São Paulo (Masp) e reuniu grupos e movimentos sociais para reafirmar o posicionamento pelo fim da guerra às drogas e compromisso com os direitos humanos de todas as pessoas.
Além da tradicional bandeira e “maconhaço”, houve intervenções ativistas na concentração e participantes de diversos movimentos sociais, como os Guarani Mbya, da Terra Indígena Jaraguá; residentes, ativistas e trabalhadores da redução de danos que atuam na Cracolândia, no centro de São Paulo; um grupo da Marcha das Favelas, do Rio de Janeiro; o bloco LGBTQIA+ e o bloco Feminista. Um dos destaques foi o bloco terapêutico, composto por pacientes e familiares que fazem uso medicinal da cannabis.
De acordo com Luiz Fernando Petty, um dos integrantes da Marcha da Maconha, o tema deste ano visa o fim da proibição das drogas e de todas as decorrências dessa política, incluindo o direito ao próprio corpo e o fim das prisões pelo tráfico de substâncias ilícitas. Além disso, o tema enfatiza a necessidade de uma reparação antirracista para as pessoas que sofreram com a guerra às drogas, com inclusão em um possível futuro mercado de legalização das drogas no Brasil.
A presidente da Cultive – Associação de Cannabis e Saúde, Cidinha, participou da marcha e destacou o uso medicinal da cannabis para tratar a filha que tem a Síndrome de Dravet. A associação tem como missão representar os interesses de pessoas que necessitam da cannabis como medicina e de demandar pela reforma das leis e políticas sobre drogas.
Para Cidinha, a Marcha da Maconha foi o primeiro grupo que acolheu sua família e manifestação, tornando-se um símbolo de luta por direitos humanos.