Papa diz que “Brasil vive uma de suas provas mais difíceis”
O papa Francisco manifestou nesta quinta-feira (15/04) solidariedade com as centenas de milhares de famílias que sofrem com a perda de um ente querido no momento em que o Brasil enfrenta “uma das provas mais difíceis da sua história” devido à pandemia de covid-19.
Francisco falou sobre a grave situação no Brasil numa mensagem em vídeo enviada aos participantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que desta vez reúne 485 bispos de forma virtual.
“Jovens e idosos, pais e mães, médicos e voluntários, ministros sagrados, ricos e pobres: a pandemia não excluiu ninguém no seu rastro de sofrimento”, afirmou o pontífice. Ele pediu a Deus que conforte os familiares das vítimas da covid-19, lembrando que muitos sequer puderam se despedir.
O papa convidou os bispos a acompanhar o povo que sofre e a dar consolo aos familiares. “A caridade nos urge a chorar com os que choram e a dar uma mão, sobretudo aos mais necessitados, para que voltem a sorrir.”
Francisco disse que atuar como “instrumento de reconciliação e unidade” é a missão da Igreja Católica no Brasil, “hoje mais do que nunca”. O pontífice instou a Igreja a deixar suas “divisões e desacordos” e a ser um “exemplo de humanidade”.
Dessa forma, continuou, a sociedade e os governantes do Brasil serão inspirados a “trabalhar juntos para superar não só o coronavírus, mas também outro vírus, que há muito infeta a humanidade: o vírus da indiferença, que nasce do egoísmo e gera injustiça social”.
“É possível superar a pandemia. É possível superar suas consequências, mas só o conseguiremos se estivermos unidos”, disse o papa. “A conferência episcopal deve ser uma neste momento, pois o povo que sofre é um.”
Com mais de 365 mil mortos, o Brasil é o segundo país com mais óbitos ligados à covid-19 no mundo, depois dos Estados Unidos. O número de infectados passa de 13,7 milhões, fazendo do país o terceiro em número de casos, depois dos EUA e da Índia.
O Brasil vive o pior momento da pandemia, com hospitais sobrecarregados e filas por leitos de UTI. Março foi o mês mais mortal da epidemia no país, com mais de 66 mil óbitos, e especialistas afirmam que abril terminará com um saldo ainda pior.
Por Deutsche Welle
lf (AFP, Lusa, ots)