Festival defende liberdade e critica censura em projetos culturais
Montagens teatrais, intervenções urbanas e mostras de cinema fazem parte da segunda edição do Festival São Paulo Sem Censura, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura até o próximo domingo (6). Além de ações em ruas e avenidas, da Paulista até Itaquera, na Zona Leste, o evento conta com atividades sediadas por equipamentos culturais da cidade como o Theatro Municipal, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) e o Centro Cultural da Juventude (CCJ). Todas as apresentações respeitam os protocolos sanitários do Plano São Paulo.
As performances abordam a ação orquestrada de cerceamento de manifestações artísticas, a censura institucional com paralisações de projetos na Lei Rouanet e Ancine, as sistemáticas investidas contra a imprensa e o silenciamento de grupos marginalizados.
De acordo com o secretário de cultura da cidade, Alê Youssef, o evento se consolida como um marco do calendário cultural da cidade e é um contraponto às políticas baseadas no ódio, na criminalização do artista e no cerceamento da liberdade de expressão, por meio de um tipo de censura prévia.
“O festival é um reforço da ideia de que a cultura é uma saída justa, próspera e democrática para a crise humanitária que vivemos e precisa ser valorizada e não censurada.”, afirmou o secretário.
Programação
A grade de atividades é dividida em quatro eixos:
- Excluídos da Fundação Palmares;
- Censura Prévia na Rouanet e Ancine;
- Liberdade de Imprensa e de Expressão;
- Políticas de Silenciamento.
Entre os destaques encontram-se a leitura dramatúrgica da peça Santo Inquérito, dirigida por Bete Coelho, que será realizada no Teatro Municipal. A história, escrita por Dias Gomes, narra o julgamento de Branca Dias pela Santa Inquisição, denunciada por Padre Bernardo. A Cia. BR116 entrou com projeto para montagem do espetáculo pela lei de incentivo federal este ano e teve seu projeto arquivado sem motivo expresso pelo Governo Federal.
Quem quiser acompanhar as atrações pelo YouTube pode conferir os encontros que serão promovidos pela Biblioteca Mário de Andrade. Serão quatro debates – sobre artes, direitos humanos em tempos de restrição, o papel da imprensa na defesa da democracia, as dificuldades de artistas e autores de diversos campos de criar e produzir – sempre às 11h.
Uma série, curtas e longas-metragens com temáticas variadas, que envolvem desde a política até a diversidade sexual e racial, em pontos diferentes do Brasil, farão parte da programação on-line na Spcine Play e uma presencial no Centro Cultural São Paulo.
Confira a programação completa no site da Secretaria Municipal de Cultura.
Por Pref. de São Paulo