Bem-estar: o autocuidado se torna novo mantra, com nutrição e imunidade no centro do palco
À medida que o mundo avança, a conscientização sobre a necessidade de uma vida saudável se torna cada vez mais evidente. E esta tem sido uma das principais razões pelas quais as pessoas, especialmente os millenials (ou geração do milênio), começaram a se concentrar mais em nutrição e bem-estar nos últimos anos.
Hoje em dia, as pessoas sentem uma necessidade inerente de fazer mudanças progressivas no estilo de vida para alcançar mais equilíbrio e saúde, razão pela qual várias tendências de fitness, como ioga, suplementos dietéticos, vegetais orgânicos, entre outras, se tornaram tão populares. Embora essas tendências já existam há bastante tempo, sua taxa de adoção ganhou um impulso ainda mais significativo no último ano.
De fato, o “autocuidado” agora se tornou uma parte essencial do estilo de vida moderno. Além disso, o foco crescente no bem-estar holístico e no fortalecimento da imunidade trouxe algumas mudanças significativas nas escolhas alimentares dos consumidores nestes tempos de Covid-19. Houve um aumento na ingestão de vitaminas, minerais, alimentos que apoiam a imunidade, produtos orgânicos, suplementos para emagrecer, etc.
De acordo com uma pesquisa recente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), houve uma mudança importante no comportamento do consumidor durante a pandemia do novo coronavírus em relação ao consumo de suplementos nutricionais – no ano passado, pelo menos uma pessoa consumiu algum suplemento alimentar em 59% dos domicílios brasileiros, o que representa um aumento de 10% em relação à primeira pesquisa da ABIAD, realizada em 2015.
O estudo indica ainda que o consumo de vitaminas e suplementos dietéticos provavelmente permanecerá, à medida que os consumidores têm em mente a necessidade de melhorar ou manter a boa saúde.
Suplementos e vitaminas ajudam a manter a imunidade em dia
Segundo um estudo de autoria da King’s College, de Londres, tomar multivitaminas, ômega-3, probióticos ou vitamina D ajuda reduzir o risco de desenvolver a Covid-19. Basicamente, o objetivo da pesquisa foi descobrir quais suplementos específicos poderiam, de fato, fortalecer o sistema imunológico contra a infecção.
Após a análise de mais de 400 mil pacientes, concluiu-se que a suplementação tem efeito positivo. Mais especificamente, o estudo apontou que os probióticos podem reduzir o risco em até 18%, o ômega-3 em até 21%, as multivitaminas em 12% e, por fim, a vitamina D em até 24%.
Embora a pandemia em curso tenha tornado isso óbvio, é sabido desde muito tempo que um sistema imunológico saudável pode ajudar a reduzir o risco ou a gravidade de doenças e de infecções. A nutrição adequada é também um fator chave que pode aumentar a defesa natural do corpo. Ultimamente, com a crescente conscientização em relação ao bem-estar, a demanda por produtos de apoio à imunidade tem experimentado um crescimento substancial.
Autocuidado personalizado
A pandemia da Covid-19 ofereceu aos indivíduos uma oportunidade de reconsiderar o significado do autocuidado e da cultura que surgiu em torno dele. Dedicar um tempo para reduzir o estresse, investir em suplementos imunológicos naturais, a até cuidar da pele e dos cabelos, se tornou prioridade na rotina diária.
Mas com a crescente aceitação dos produtos de nutrição e suplementos alimentares, as pessoas agora estão mudando para o próximo nível, buscando soluções personalizadas de acordo com seu estilo de vida, que é outra tendência emergente no espaço da nutrição.
Com o aumento do autocuidado individualizado, influenciado por notícias de tendência e fitness doméstico, espera-se que a geração do milênio impulsione a categoria de nutrição personalizada.
Alinhada com essas tendências de consumo, a indústria busca soluções inovadoras, indo além das vitaminas, minerais e suplementos dietéticos, e explorando espaços adjacentes em torno do segmento de nutrição.
Como os produtos fitoterápicos e plant-based estão revolucionando os cuidados com a saúde
Outra tendência que ganhou popularidade nos últimos anos é a “volta às raízes”, que envolve a adoção de ingredientes tradicionais e plant-based (à base de plantas), que têm como objetivo apoiar a imunidade, o rejuvenescimento do corpo, aumentar a força e o vigor, além de ajudar no combate às infecções.
Quando se trata do consumo de suplementos, os produtos feitos a partir de algas, ervas, frutos, raízes e outros ingredientes orgânicos têm conquistado um espaço de destaque.
Um estudo publicado no British Medical Journal, em 2020, descobriu que o maior consumo de proteínas de plantas como legumes, grãos inteiros e nozes está relacionado a um menor risco de desenvolver uma série de doenças, incluindo diabetes, doenças cardíacas e derrame.
Outro artigo recente da Nature Medicine descobriu que pessoas com dietas ricas em alimentos integrais saudáveis à base de plantas eram mais propensas a ter a microbiota intestinal saudável, o que está ligado a um menor risco de desenvolver obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Este estudo em grande escala é um dos mais abrangentes até o momento sobre a associação entre dieta e micróbios intestinais saudáveis.
Suplementos alimentares de microalgas também estão se tornando cada vez mais populares devido aos seus promissores efeitos biológicos e alto valor nutricional, evidenciados em estudos in vitro, in vivo e em humanos.
Boa saúde pode apoiar o desenvolvimento econômico
Quando se trata de bem-estar nutricional, no mundo acelerado de hoje os suplementos dietéticos podem desempenhar um papel fundamental para garantir a ingestão adequada de nutrientes à população.
De acordo com um relatório publicado pela Frost and Sullivan, em 2017, intitulado ‘Prevenção Inteligente – economia de custos com saúde resultante do uso direcionado de suplementos dietéticos’, os Estados Unidos economizaram cerca de US $ 12 bilhões com o uso direcionado de suplementos dietéticos.
A pandemia em curso também tem servido como um parâmetro perfeito para avaliar a correlação entre a saúde e a economia. Estabelecendo o impacto econômico de uma vida saudável, um estudo recente da consultoria norte-americana McKinsey sugeriu que uma população em boas condições de nutrição e saúde poderia adicionar US $ 12 trilhões ao PIB global até 2040.