Síndrome de Burnout: Um desafio invisível no mundo profissional
A síndrome de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, tem se tornado um problema cada vez mais presente no cotidiano dos trabalhadores de diversas áreas. Uma pesquisa realizada pela plataforma online de saúde mental e bem-estar emocional, Way Minder, revelou que a síndrome afeta profissionais de diferentes ramos de atuação.
O estudo, baseado em entrevistas com 600 pessoas, atribuiu pontos para cada área, a fim de classificar a presença do burnout. Os segmentos com maior pontuação foram recursos humanos, vendas, educação, liderança, administrativo e tecnologia da informação. Esses resultados indicam que os funcionários dessas áreas são mais suscetíveis aos efeitos dessa condição.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já categorizou o burnout como uma doença ocupacional, despertando a preocupação das empresas em relação à saúde emocional de seus colaboradores. Cada vez mais, as empresas estão adotando ações e ferramentas para melhorar a qualidade de vida dos funcionários e reduzir os impactos negativos que essa doença pode causar nos negócios. Deivison Pedroza, cofundador da plataforma Way Minder, destaca a importância de cuidar da qualidade emocional dos colaboradores.
A pesquisa também revelou um sinal de alerta nos cargos de direção e chefias, como supervisores e gerentes. Essas posições, geralmente associadas a carreiras estáveis, apresentaram os maiores índices de burnout. É fundamental destacar que o estresse causado pelo burnout não afeta apenas o indivíduo, mas também as pessoas ao seu redor, incluindo a família e o ambiente de trabalho.
É importante diferenciar o burnout do estresse comum. Enquanto o estresse é uma condição passageira que pode ser superada, o burnout é uma condição de estresse acumulado e crônico. Segundo o psicólogo Antonio José de Carvalho, o burnout é comparado a um elástico que perde a capacidade de voltar ao normal depois de ser esticado demais.
A origem do burnout muitas vezes está relacionada a uma carga de trabalho estressante e prolongada. No entanto, mesmo sendo um problema frequente nas empresas, o burnout ainda é considerado invisível. Enquanto uma lesão física é facilmente identificada, um problema psíquico é mais difícil de reconhecer e, muitas vezes, é tratado de forma inadequada como um problema individual.
Para prevenir o burnout, é necessário adotar uma abordagem que envolva as empresas como um todo, em vez de focar apenas no trabalhador individualmente. É fundamental compreender que as empresas também podem estar adoecidas e criar uma cultura organizacional tóxica. O autor do livro “Síndrome de Burnout, uma Ameaça Invisível no Trabalho” faz uma analogia interessante, comparando as empresas a um aquário, onde a água representa a cultura organizacional e os peixes são os colaboradores. Se um peixe adoece, não adianta tratar apenas o peixe, é necessário tratar a água e a cultura organizacional como um todo.
Ao reconhecer a importância de tratar o burnout de forma abrangente, as empresas podem criar ambientes de trabalho mais saudáveis, promovendo o bem-estar dos funcionários e contribuindo para o sucesso organizacional a longo prazo. A conscientização sobre essa síndrome e a implementação de medidas preventivas são passos cruciais para combater esse desafio invisível no mundo profissional.