Ciclone extratropical deixa rastro de destruição e mortes em estados brasileiros
Um ciclone extratropical causou estragos e mortes em vários estados brasileiros nesta quinta-feira (13). Os ventos fortes, que chegaram a 157 km/h em Santa Catarina, derrubaram árvores, postes, telhados e deixaram milhares de pessoas sem luz. Houve alagamentos em diversas cidades e o nível dos rios subiu, ameaçando transbordar. Quatro pessoas morreram em decorrência do fenômeno climático.
No Rio Grande do Sul, o ciclone afetou mais de 50 municípios e provocou a morte de um idoso em Rio Grande, que teve a casa atingida por uma árvore. O Palmeiras saiu na frente com um gol sem querer de Piquerez, que tentou cruzar e acabou encobrindo o goleiro Rafael. O São Paulo empatou logo no início do segundo tempo, com Caio Paulista, que aproveitou um erro de Mayke e finalizou com categoria.
O Tricolor ainda teve um gol anulado de Calleri, que cabeceou após cruzamento de Wellington Rato, mas o árbitro Anderson Daronco marcou falta de Diego Costa em Zé Rafael na origem da jogada. O VAR confirmou a decisão do campo, gerando reclamações dos são-paulinos.
No fim do jogo, o Palmeiras se lançou ao ataque em busca do gol que levaria a decisão para os pênaltis, mas foi o São Paulo quem marcou novamente. Aos 43 minutos, Rafael fez um lançamento preciso para Juan, que tocou para David na área. O atacante driblou Weverton e mandou para as redes, selando a vitória e a classificação tricolor.
O São Paulo agora espera o vencedor do confronto entre Corinthians e América-MG, que se enfrentam no sábado (15), para saber quem será seu adversário na semifinal da Copa do Brasil. O Tricolor volta a campo no domingo (16), pelo Campeonato Brasileiro, quando recebe o Santos, no Morumbi. Já o Palmeiras visita o Internacional, também pelo Brasileirão, no mesmo dia.
Em Sede Nova, no noroeste do estado, o vento arrancou telhas e destelhou casas e prédios públicos. Em São Sebastião do Caí, o nível do rio subiu e invadiu ruas. Ao menos 15 rodovias do estado tiveram algum tipo de bloqueio por deslizamento de terra, queda de árvores ou transbordamento de rios.
O ciclone também provocou estragos no litoral norte do Rio Grande do Sul, onde a preocupação agora é com as enchentes e a ressaca do mar. Em Tramandaí, a tradicional Festa do Peixe precisou ser suspensa por causa dos estragos no centro de eventos. O vento arrancou lonas e estruturas de ferro.
Em Santa Catarina, o ciclone também causou morte e destruição. Em Brusque, um homem morreu ao ter o carro atingido por uma árvore. Em Garuva, um caminhão quase foi levado pela força do vento na BR-101. Em Imbituba, o telhado de um supermercado desabou. Ninguém se feriu.
No litoral sul, caminhar na rua virou tarefa difícil. A Lagoa do Imaruí costuma ser calma, mas com as rajadas de vento ficou agitada e a água invadiu a calçada e a principal avenida do centro histórico de Laguna. Pescadores usaram cordas para reforçar a ancoragem das embarcações.
Depois de quase 24 horas, o Aeroporto de Florianópolis voltou a operar. Funcionários da companhia aérea retiraram o avião que derrapou nesta quarta na pista.
No Paraná, as rajadas de vento passaram de 90 km/h e deixaram 700 mil pessoas sem luz. A ventania provocou queda de árvores e derrubou postes em dezenas de cidades. Por segurança, o Porto de Paranaguá chegou a suspender as operações. Um trem turístico com quase mil passageiros está preso na Serra do Mar porque os trilhos estão obstruídos.
A chuva dos últimos dias aumentou a vazão nas Cataratas do Iguaçu, que nesta quinta atingiu 90 milhões de litros de água por segundo – seis vezes mais do que a média.
Em São Paulo, os ventos provocados pelo ciclone também mataram duas pessoas. Em São José dos Campos, uma estudante morreu ao ter o carro de autoescola atingido por uma árvore. Em Itanhaém, na Baixada Santista, uma idosa perdeu a vida ao encostar em um cabo de energia, derrubado pela força do vento.
O vendaval fechou o Porto de Santos por quase seis horas e arrancou placas de alumínio do alto de um prédio na capital paulista. Seis aviões tiveram que arremeter no Aeroporto de Congonhas. Na subida da serra de Petrópolis, no Rio de Janeiro, a queda de árvores interditou a rodovia.
No sul de Mato Grosso do Sul, as temperaturas despencaram. Em alguns lugares, a sensação térmica ficou perto dos 6º C.