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Após assassinato de presidenciável, Equador declara estado de exceção

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, declarou nesta quinta-feira (10/08) estado de exceção por dois meses após o assassinato de um dos candidatos à presidência do país. Apesar da morte, o líder equatoriano prometeu que as eleições gerais marcadas para este mês ocorrerão como previsto.

“As Forças Armadas estão mobilizadas em todo o território nacional para garantir a segurança dos cidadãos, a tranquilidade do país e as eleições livres e democráticas de 20 de agosto”, disse Lasso em discurso transmitido no YouTube. O presidente também declarou três dias de luto nacional.

“Diante da perda de um democrata e um lutador, as eleições não estão suspensas. Ao contrário. Estas serão realizadas, e a democracia precisa se fortalecer. Essa é a melhor razão para ir votar e defender a democracia”, acrescentou Lasso.

https://twitter.com/karinamichelin/status/1689597928157966336

Um dos candidatos à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, de 59 anos, foi assassinado a tiros nesta quarta-feira após participar de um ato de campanha na capital do país, Quito.

Carlos Figueroa, um amigo pessoal de Villavicencio, afirmou em um vídeo divulgado nas redes sociais que o candidato foi atingido por três tiros na cabeça e chegou a ser levado para um hospital próximo, mas não resistiu aos ferimentos. 

Vídeo mostraria o momento do crime

O crime ocorreu no final da tarde do lado de fora de um ginásio onde Villavicencio havia se reunido com apoiadores.

A mídia local relatou que cerca de 30 tiros foram disparados contra o político. Imagens de um vídeo postadas em mídias sociais parecem mostrar o momento do atentado. A filmagem mostra Villavicencio entrando em um carro após o comício, quando são ouvidos pelo menos 12 disparos.

Nove outras pessoas ficaram feridas no ataque. Um dos supostos agressores foi baleado e morto por seguranças. Promotores informaram que outros seis suspeitos foram presos em operações realizadas no sul de Quito e em uma cidade vizinha. “Este é um crime político que adquire caráter terrorista e não temos dúvidas de que este assassinato é uma tentativa de sabotar o processo eleitoral”, disse Lasso.

Ameaças

Villavicencio, identificado como um ferrenho opositor do ex-presidente Rafael Correa, vinha se deslocando sob proteção policial devido às ameaças que havia recebido semanas antes. O candidato de centro-direita pelo movimento Construye e ex-parlamentar era um dos favoritos e estava em segunda colocação na corrida presidencial, de acordo com pesquisas de opinião recentes.

A presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Diana Atamaint, acrescentou que “a data das eleições marcadas para 20 de agosto permanece inalterada”.

Nos últimos anos, o Equador vem sendo palco de uma onda de violência ligada ao narcotráfico. No final de julho, Lasso declarou estado de emergência na cidade de Duran e nas províncias costeiras de Los Rios e Manabi, após um massacre na prisão e o assassinato de um prefeito.

O Equador encerrou 2022 com a maior taxa de mortes violentas de sua história, registrando 25,32 por 100 mil habitantes, a grande maioria associada, segundo o governo, ao crime organizado e ao narcotráfico, que ganhou força no litoral e transformou os portos em grandes polos de distribuição de cocaína para Europa e América do Norte.

A luta contra o crime tem sido uma das principais promessas dos candidatos que querem suceder o conservador Guillermo Lasso como presidente nas eleições extraordinárias geraiss marcadas para o próximo dia 20.

Além de Villavicencio, concorreram às eleições presidenciais o ambientalista Yaku Pérez, a ‘correísta’ Luisa González, o especialista em segurança Jan Topic, o ex-vice-presidente Otto Sonnenholzner, o político empresário Xavier Hervas, o empresário e ex-parlamentar Daniel Noboa e o independente Bolívar Armijos.

md/cn (AFP, Lusa, Reuters, EFE)

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