Guia de direitos trabalhistas: o que todo trabalhador precisa saber
Fique por dentro de benefícios e licenças previstos na legislação que protegem sua carreira e seu futuro
Os direitos trabalhistas são fundamentais para assegurar relações justas e equilibradas entre empregadores e empregados.
A legislação trabalhista brasileira, regulada principalmente pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estabelece uma série de normas para proteger os trabalhadores. Conhecer esses direitos é essencial para evitar abusos e assegurar um ambiente de trabalho digno.
Registro em Carteira de Trabalho
Todo empregado contratado formalmente deve ter seu registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) feito pela empresa em até 48 horas após a admissão.
Com a digitalização do documento, o registro pode ser feito pelo aplicativo da CTPS digital, garantindo o acesso a benefícios como FGTS e seguro-desemprego.
Jornada de trabalho e folgas
A jornada máxima permitida é de 8 horas diárias e 44 horas semanais, podendo haver ajustes previstos em acordos sindicais.
O trabalhador também tem direito a pelo menos um dia de folga semanal remunerada, preferencialmente aos domingos.
13º salário
O 13º salário, ou gratificação natalina, é pago anualmente em duas parcelas: a primeira até 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro. O valor é proporcional aos meses trabalhados no ano.
Férias remuneradas
Após 12 meses de trabalho, o empregado tem direito a 30 dias de férias, com adicional de um terço sobre o salário.
As férias podem ser divididas em até três períodos, desde que um deles tenha, no mínimo, 14 dias.
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e PIS
O empregador deve depositar mensalmente 8% do salário do empregado em uma conta vinculada ao FGTS. O valor pode ser sacado em casos como demissão sem justa causa, compra da casa própria e aposentadoria.
O Programa de Integração Social (PIS), por sua vez, é um benefício pago anualmente aos trabalhadores que recebem até dois salários mínimos e têm registro formal. Ele funciona como um abono salarial e complementa a proteção financeira junto do FGTS.
Para conferir se a empresa está realizando a contribuição, é possível consultar o PIS pelo CPF. Assim, o trabalhador tem a garantia de que tudo está sendo cumprido como deve ser.
Vale-transporte
O trabalhador tem direito ao vale-transporte, com desconto de até 6% do salário-base. Entretanto, empregados em home office não têm esse benefício obrigatório, pois não há deslocamento para o trabalho.
Hora extra
As horas trabalhadas além da jornada contratual devem ser pagas com um adicional de 50% nos dias úteis e 100% aos domingos e feriados. Também é possível compensar essas horas através de um banco de horas.
Licenças garantidas por lei
Licença-maternidade: de 120 a 180 dias, conforme o caso, para a mãe.
Licença-paternidade: 5 dias úteis, podendo ser estendida para 15 dias, para o pai.
Licença por doença: após 15 dias de afastamento, o benefício é pago pelo INSS.
Licença por acidente de trabalho: garantia de tratamento e estabilidade no emprego.
Licença nojo: 2 dias em caso de falecimento de parentes próximos.
Reivindicando os direitos
Se houver descumprimento de qualquer um desses direitos, o trabalhador deve procurar primeiro uma solução interna, conversando com o empregador.
Caso não seja possível, recomenda-se buscar apoio sindical ou registrar uma queixa no Ministério do Trabalho. A assistência jurídica de um advogado trabalhista também pode ser crucial para assegurar o cumprimento das obrigações legais.
Conhecer e defender os direitos trabalhistas é um passo essencial para uma carreira mais segura e digna.