Inflação em março foi a maior em 28 anos
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, registrou alta de 1,62% em março, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (08/04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A cifra está 0,61 ponto percentual acima do índice de fevereiro, que ficou em 1,01%; e também é superior à de março do ano passado (0,93%). Esta é a maior variação do IPCA para o mês de março desde a implantação do Plano Real, em 1994, há 28 anos. É também a maior inflação mensal desde janeiro 2003 (2,25%).
O IPCA acumula taxa de 3,20% no ano. Em 12 meses, o acumulado chega a 11,30% – acima dos 10,54% de fevereiro – correspondendo à maior inflação no maís em 18 anos. O teto da meta da inflação deste ano, estabelecido pelo Banco Central, é de 5%.
Alta dos combustíveis
Os principais impactos foram os transportes (3,02%) e alimentação e bebidas (2,42%) – grupos de maior peso no IPCA. Juntos, os dois representam quase metade (43%) da inflação do mês.
A taxa foi puxada principalmente pela alta nos combustíveis, que subiram 6,70% no período. A gasolina foi o item de maior impacto no IPCA de março (6,95%).
Outros combustíveis com alta de preços foram o óleo diesel (13,65%), gás de botijão (6,57%), gás veicular (5,29%) e etanol (3,02%). Também tiveram aumento itens como transporte por aplicativo (7,98%), seguro voluntário de veículo (3,93%) e conserto de automóvel (1,47%).
Alimentos
Em seguida, aparecem os alimentos, com alta de 2,42%, puxada por itens como tomate (27,22%), cenoura (31,47%), leite longa vida (9,34%), óleo de soja (8,99%), frutas (6,39%) e pão francês (2,97%). A refeição fora de casa subiu 0,65%.
Oito dos nove grupos tiveram alta de preços: vestuário (1,82%), habitação (1,15%), saúde e cuidados pessoais (0,88%), despesas pessoais (0,59%), artigos de residência (0,57%) e educação (0,15%). O único com queda foi comunicação, com -0,05%.
Em 2021, a inflação oficial foi de 10,06%, a maior em seis anos.
A meta de inflação do Banco Central para 2022 é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida caso permaneça entre 2% e 5%. O BC, no entanto, reconheceu que o IPCA deve ultrapassar a meta pelo segundo ano consecutivo e projeta uma taxa de 7,1%.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, prevê que a inflação chegará ao pico em abril.
md/lf (EBC, ots)