Lula foi beneficiado com ‘suposto atentado’, afirma consultor
Faltando poucos dias para ter seu habeas corpus julgado pela Suprema Corte Brasileira, o STF (Supremo Tribunal Federal), as atenções se voltam para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seja torcendo contra ou a favor do petista. Na semana passada o nome do fundador do PT esteve mais presente na mídia, mas desta vez como vítima de um atentado.
Antes, em sua caravana pelo Sul do Brasil já havia enfrentado diversos protestos, vaias, bloqueios e ovadas em municípios dos três estados, como Santana do Livramento, Bagé, Nova Erechim e Quedas do Iguaçu.
O consultor político e escritor Eduardo Negrão, autor do livro ‘Terrorismo Global’ (Scortecci Editorial) questiona o suposto atentado sofrido pelo ex-presidente e acredita que o fato trouxe benefícios políticos para Lula, que foi o foco das atenções sem ser ligado à corrupção. “Chama a atenção que das três viaturas da Polícia Rodoviária Federal que faziam a escolta da caravana – duas identificadas e uma descaracterizada, num total 8 de agentes – não tenham visto nenhum clarão ou ruído dos dois tiros disparados”, questiona Eduardo Negrão.
Segundo o especialista, é de conhecimento público que a polícia brasileira às vezes peca, mas sempre pelo excesso e nunca pela omissão. Ele também destaca que a caravana estava bem próxima da tríplice fronteira de onde partem 80% do tráfico de armas pesadas para as favelas e o crime organizado no país. “É difícil imaginar que alguém iria se esconder ali à noite, onde circulam contrabandistas, traficantes e até agentes ligados a grupos terroristas, com um singelo revólver 22. Só se fosse um turista, porque um morador da região saberia que isso seria perigosíssimo”, explica Negrão.
Ainda, na opinião do consultor, o ‘atentado’ cumpriu seu objetivo e voltou a colocar Lula nas manchetes sem que a palavra corrupção aparecesse na mesma frase. Eduardo Negrão acrescenta que apesar do batalhão de jornalistas e cientistas políticos de esquerda terem monopolizado a atenção da mídia, o anticlímax veio rápido na noite de encerramento, no maior município da região Sul, Curitiba, onde Lula se viu mais uma vez pressionado. “Dessa vez não por populares descontentes, mas pelo líder nas pesquisas, o parlamentar e ex-capitão do exército brasileiro, Jair Bolsonaro”, finalizou o consultor, destacando ainda que o pré-candidato obriga a grande imprensa a fazer malabarismos para omiti-lo da mídia, mesmo liderando as pesquisas com o minúsculo partido PSL.