São Paulo tem queda nos latrocínios em 4% neste ano, diz Secretaria da Segurança Pública
Especialistas em segurança pública explicam os fatores que influenciaram a queda de crimes no estado
Em São Paulo, o número de latrocínios registrou a maior queda no acumulado deste ano, com 119 ocorrências registradas, 4% a menos na comparação com os nove primeiros meses de 2022. Em setembro, o recuo foi de 19 para 16 casos. Os dados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Os homicídios dolosos também tiveram queda no estado. De janeiro a setembro deste ano, foram registrados 1.931 casos, o que representa uma diminuição de 9,6% em comparação com os 2.135 casos registrados no mesmo período de 2022. Este é o menor número já registrado desde 2001, marcando o segundo ano em que as ocorrências ficam abaixo de 2 mil durante esses 23 anos.
Leonardo Sant’Anna, especialista em segurança pública, informa que o que torna a redução de crimes no estado algo constante e efetivo são vários fatores. “Primeiro, políticas públicas que atuam diretamente contra o narcotráfico e contra o crime organizado. Elas devem ser constantes, e não reduzidas apenas a operações quando um ou outro problema ocorre”, explica.
Ele destaca que outro ponto importante é a união das instituições e dos estados, para que haja um resultado efetivo de forma regional. Dessa forma, reduz a possibilidade de ganho de lucro do crime organizado.
“Por fim, quando nós temos outros órgãos do estado atuando de forma unida para a redução da criminalidade, até que se chegue a redução dos crimes violentos intencionais, que mais afetam a comunidade”, afirma.
Berlinque Cantelmo, especialista em segurança pública, aponta que o Sistema de Informação e Prevenção aos Crimes Contra a Vida (SPVida), lançado em fevereiro, também ajudou na redução de crimes em São Paulo.
“Trata-se de de uma metodologia de inteligência aplicada pelas forças policiais para qualificar e quantificar as estatísticas co-relacionadas a determinados crimes e a adoção efetiva de portfólios estruturais das atividades de repressão qualificada e também das atividades de prevenção a determinados crimes”, explica Cantelmo.
O especialista ainda aponta que o trabalho está longe do patamar ideal, mas que é perceptível os esforços concentrados contra o crime organizado, envolvendo ações de inteligência próprias das agências locais. “[Isso] tem, de maneira assertiva, resultando em uma diminuição prática dos índices criminais, aumentando a sensação de segurança da população do estado de São Paulo”, completa.
No estado, houve menos crimes contra propriedades no último mês e no total do ano, exceto por furtos em geral, que aumentaram 3,3% nos nove primeiros meses deste ano, chegando a 431.140 casos. Os furtos de veículos diminuíram 0,5% de janeiro a setembro em comparação com o ano anterior, totalizando 70.446 casos.
Os roubos em geral também caíram, com 3,9% a menos de janeiro a setembro em comparação com o ano passado, chegando a 171.593 casos. Em setembro, houve 17.891 registros, uma queda de 10,4% em relação a 2022.
O crime de estupro é o que tem o mais alto índice de subnotificação. Nos nove primeiros meses do ano, as ocorrências desse crime cresceram 8,6%.