Ômicron: vacinas podem ser menos eficazes, diz Moderna
Bolsas de todo o mundo registraram queda nesta terça-feira (30/11) depois de o executivo-chefe da farmacêutica Moderna, Stéphane Bancel, comentar que as vacinas para covid-19 já existentes podem ser menos eficazes contra a nova variante do coronavírus, a ômicron.
Bancel observou, em entrevista ao jornal britânico Financial Times, que o grande número de mutações da ômicron e a rápida disseminação dela na África do Sul podem ser sinais de que as vacinas existentes necessitem ser melhoradas.
Ele disse que informações sobre a eficácia das vacinas contra a ômicron estarão disponíveis em duas semanas, mas que os cientistas com quem ele tem falado se mostraram pessimistas. Eventuais adaptações nas vacinas podem levar meses, afirmou o executivo.
Farmacêuticas avaliam eficácia
Tanto a Moderna como a Pfizer e a Johnson & Johnson comunicaram que estão avaliando a eficácia de suas vacinas para a covid-19 contra a ômicron e que estão prontas para desenvolver uma nova versão se necessário.
“Se tivermos de criar uma vacina completamente nova, isso será no início de 2022”, disse o médico-chefe da Moderna, Paul Burton, numa entrevista à BBC.
A Novavax, com sede nos EUA, e a britânica AstraZeneca também disseram que estão testando o efeito das suas vacinas contra a nova variante.
De três a quatro meses
A diretora-executiva da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Emer Cooke, disse em Bruxelas que o órgão está preparado para adaptar as vacinas à nova variante do coronavírus, se necessário, e que esse processo pode levar de três a quatro meses.
“Devemos ter muito cuidado nesta altura e só posso adiantar que não sabemos se vai ser necessário, mas se o for, já temos um plano de contingência”, disse a representante, perante o Parlamento Europeu.
“Sabemos que os vírus sofrem mutações e estamos preparados, se for necessário, para adaptar as vacinas já autorizadas para a covid-19”, disse a diretora-executiva da EMA.
Segundo ela, os dados disponíveis mostram que “as vacinas autorizadas continuam a ser eficazes e a salvar pessoas das formas graves da doença e da morte”.
Por Deutsche Welle
as (AFP, Lusa, Reuters)