Operação Escudo tem saldo de 27 mortes na Baixada Santista
A Operação Escudo, anunciada oficialmente como uma estratégia de desmantelamento de redes do narcotráfico, tem gerado polêmica na Baixada Santista, chegando a um total de 27 mortos até o momento. No entanto, críticas têm surgido, levantando suspeitas de que a operação possa estar sendo usada como retaliação contra comunidades periféricas da região.
O início da Operação Escudo ocorreu após a morte do policial Patrick Bastos Reis, das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), da Polícia Militar, em 27 de julho. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) tem afirmado que as mortes ocorreram como resultado de confrontos entre as vítimas e agentes das forças policiais.
No entanto, o clima de desconfiança em relação à conduta dos policiais militares levou o Ministério Público de São Paulo a instaurar um inquérito civil para investigar eventuais ilegalidades na operação, tendo em vista a tutela dos direitos humanos.
As dúvidas e preocupações ultrapassaram as fronteiras do estado e chamaram a atenção do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), que também elaborou um relatório com base em denúncias recebidas sobre violações de direitos. O teor do documento foi antecipado pela Agência Brasil e divulgado em um evento realizado na sede da Defensoria Pública da União (DPU) em São Paulo.
A Agência Brasil teve conhecimento de um grupo de jovens que, após participar do evento na DPU, foi abordado por policiais militares e recebeu ameaças por questionar a atuação da corporação na Operação Escudo. A Agência entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública para obter esclarecimentos sobre o incidente e aguarda retorno.
Em relação à operação em si, a SSP reitera que todos os casos de morte decorrente de intervenção policial estão sendo investigados minuciosamente pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) de Santos e pela Polícia Militar, por meio de Inquérito Policial Militar.