Polícia do Rio faz megaoperação contra o Comando Vermelho e deixa 9 mortos
Ação conjunta das polícias Militar e Civil mirou líderes e integrantes da facção responsáveis por disputas por territórios e ataques armados. Dois policiais ficaram feridos e cinco suspeitos foram presos.
Uma grande operação das polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro deixou nove mortos e dois feridos nesta terça-feira (27), em várias comunidades dominadas pelo Comando Vermelho (CV), a maior facção do tráfico do estado. A operação teve como objetivo prender líderes e integrantes de facções responsáveis pela recente disputa por territórios e ataques armados nas zonas norte e oeste, Baixada Fluminense e cidades do interior. Cinco suspeitos foram presos.
A operação começou nas primeiras horas da manhã e mobilizou cerca de 400 policiais, incluindo tropas de elite, como a Bope e o Core. Os agentes entraram nos complexos da Maré, do Alemão e da Penha, na Zona Norte, e na Cidade de Deus, na Zona Oeste, além de outras comunidades que margeiam a região, como Flexal, Quitungo e Engenho da Rainha. Os policiais usaram helicópteros, blindados e drones para apoiar a ação.
Os confrontos foram intensos e duraram várias horas. Os criminosos reagiram à invasão policial com tiros, granadas e barricadas em chamas. Os moradores relataram pânico e medo e muitos não puderam sair de casa. As escolas da região suspenderam as aulas e o transporte público foi afetado. Uma bala perdida atingiu o travesseiro de uma mulher que dormia em sua casa no Engenheiro da Rainha.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), nove suspeitos morreram em supostos confrontos com os policiais. Quatro deles foram mortos em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, quando tentavam fugir da operação em um carro roubado. Outros quatro foram mortos no Complexo da Penha e um na Cidade de Deus. Com eles, foram apreendidos fuzis, pistolas, granadas, coletes, rádios e drogas.
Dois policiais militares ficaram feridos durante a operação. Um deles foi baleado no braço no Complexo da Penha e outro foi atingido por estilhaços de granada na Cidade de Deus. Eles foram socorridos e levados ao Hospital Central da PM, onde passam bem. Cinco suspeitos foram presos em flagrante por porte ilegal de arma, tráfico de drogas e associação para o tráfico.
A operação foi deflagrada após um trabalho de inteligência que identificou os principais alvos da facção criminosa que atua no estado. Um deles é Edgar Alves de Andrade, o Doca, apontado como o chefe do CV na Baixada Fluminense e responsável por ordenar ataques a policiais e rivais. Outro é Wellington da Silva Braga, o Ecko, considerado o maior miliciano do Rio e que teria feito alianças com o CV para expandir seus domínios.
A SSP informou que a operação foi planejada com base nos protocolos legais e que respeitou os direitos humanos. A pasta disse que todos os casos de morte serão investigados pela Polícia Civil, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário. A SSP também afirmou que a operação foi um sucesso e que trouxe resultados positivos para a segurança pública e para a população.