G20: Haddad defende taxar super-ricos
Ministro da Fazenda discursou no evento que ocorre em São Paulo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (28) que pretende discutir uma taxação global mínima sobre a riqueza. A declaração ocorreu durante a reunião do G20. Haddad participou virtualmente do evento após ser diagnosticado com Covid-19.
A reunião contou com ministros de Finanças e de presidentes dos bancos centrais do grupo, e acontece hoje e amanhã em São Paulo. O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, também discursou. O G20 reúne as principais economias do mundo.
No discurso, Haddad afirmou que uma tributação mínima global sobre a riqueza “poderá constituir o terceiro pilar para a cooperação tributária internacional”.
“Reconhecendo os avanços obtidos na última década, precisamos admitir que ainda precisamos fazer com que bilionários do mundo paguem sua justa contribuição em impostos”, destacou Haddad.
O ministro da Economia defende que países ricos devem olhar pelos mais vulneráveis. Além disso, disse que os mais ricos não podem “dar as costas para o mundo”..
“Chegamos a uma situação insustentável em que o 1% mais rico detém 43% dos ativos financeiros mundiais e emitem a mesma quantidade de carbono que os 2/3 mais pobres da humanidade”, afirmou o ministro.
“Embora, como disse, os países mais pobres paguem um preço proporcionalmente mais alto, seria uma ilusão pensar que países ricos podem dar as costas para o mundo e focar apenas em soluções nacionais. Em um mundo no qual trabalho e capital são cada vez mais móveis, pobreza e desigualdade precisam ser enfrentadas como desafios globais, sob a pena da ampliação das crises humanitárias e imigratórias”, acrescentou.
O Brasil será o país responsável por sediar os debates em torno do G20 ao longo de todo o ano de 2024.