TikTok rejeita proposta da Microsoft, mas ainda negocia com Oracle
A Microsoft comunicou neste domingo (14/09) que a empresa chinesa proprietária do popular aplicativo TikTok rejeitou sua oferta de compra. Com isso, a empresa fabricante de software de bancos de dados Oracle é a única que continua na disputa.
O TikTok está no centro de um imbróglio diplomático entre Washington e Pequim. O presidente Donald Trump deu um ultimato até meados de setembro para que americanos parem de fazer negócios com a ByteDance, dona do aplicativo. Isso, na prática, forçou a venda do TikTok a uma empresa dos EUA.
Os jornais The Wall Street Journal e The New York Times afirmam que a Oracle ganhou a disputa, citando fontes envolvidas nas negociações. Mas a imprensa estatal chinesa diz que o TikTok não será vendido. A agência de notícias Reuters, citando pessoas próximas às negociações, noticia que está em discussão uma parceria entre os chineses e a fabricante de software de bancos de dados.
Já em agosto, Trump mostrou-se favorável a que a americana Oracle, com estreitas relações com a Casa Branca, assumisse as operações da ByteDance nos Estados Unidos. Mas não está claro se ele vai concordar com o formato atual do negócio.
Guerra comercial entre Pequim e Washington
O TikTok, de propriedade da empresa ByteDance Ltd., sediada em Pequim, tornou-se famoso por seus vídeos curtos, muito populares entre adolescentes e como canal de marketing para celebridades. A empresa afirma ter 100 milhões de usuários nos EUA e centenas de milhões em todo o mundo. Os executivos da ByteDance avaliaram o TikTok em mais de 50 bilhões de dólares.
O governo dos EUA expressa com frequência preocupação com os serviços chineses de mídia social e alega que eles poderiam fornecer informações pessoais de usuários americanos às autoridades chinesas.
No entanto, o governo americano não forneceu nenhuma evidência de que este seja o caso do aplicativo TikTok. Em vez disso, apontou para a capacidade do Partido Comunista de forçar empresas chinesas a cooperar. De acordo com uma lei chinesa introduzida em 2017, as empresas têm a obrigação de apoiar e cooperar com o trabalho de inteligência do país.
Órgãos reguladores dos EUA mencionaram preocupações de segurança semelhantes no ano passado, quando o proprietário chinês do aplicativo Grindr foi obrigado a vendê-lo.
O TikTok comunicou que não atenderia a nenhum pedido de compartilhamento de dados de usuários com as autoridades chinesas.
O Ministério do Exterior da China manifestou clara oposição à venda forçada do TikTok por considerar que violaria os princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Pequim vê a venda do TikTok como mais um capítulo da guerra comercial com Washington, que tenta conter o crescente poderio tecnológico do gigante asiático, com restrições impostas, por exemplo, à empresa de telecomunicações Huawei e à popular rede social WeChat, do conglomerado digital Tencent.
RPR/ap/ots