“Aumento da violência na região da Amazônia Legal é ponto de alerta”, diz professor do Insper
Um estudo feito pelo Insper revelou três pontos sensíveis que devem ser enfrentados pelo próximo governo do Brasil: Crescimento da violência na região da Amazônia Legal; relação entre forças policiais e populações marginalizadas; e, aumento expressivo da posse de armas pela população civil.
“O aumento da violência na região da Amazônia Legal é ponto de alerta”, disse Rodrigo Reis Soares, professor da instituição, ao apresentar os dados, hoje (18), em São Paulo.
O levantamento “Segurança Pública e Defesa Nacional” foi parte da programação do evento “Políticas Públicas para um Brasil Melhor”. Soares reforçou, segundo nota divulgada à imprensa, que apesar de os números de mortes violentas apresentarem queda partir 2017, o Brasil é responsável por 20,4% dos homicídios do mundo. A variação da taxa de mortes violentas entre 2020 e 2021 recuou em todas as regiões, com exceção do Norte.
“Ao olharmos o mapa de violência nesta região, percebemos que os crimes se concentram em áreas já reconhecidas por problemas com grilagem, extração ilegal de madeira e conflitos de terra, mas que eram historicamente conhecidas pelos baixos índices de violência”.
Outro ponto, reforçado no documento, é o crescimento massivo do registro de armas entre civis e a alta taxa de mortalidade em confrontos policiais.
“A taxa de mortes na interação policial duplicou e já é duas vezes superior à de homicídios da Europa Ocidental”, afirma o pesquisador.
No mesmo evento, Melina Risso disse que, desde 2018, o Brasil aprovou mais de 40 medidas, entre decretos e leis, desregulando a política de controle de armas que o país vinha aplicando desde então. “No Brasil, o armamento entre civis aumentou 130%, enquanto na Amazônia foi mais de 200%”.
Ex-ministro, Raul Jungman lembrou que foi o único a ocupar o cargo voltado para a segurança pública, ao falar sobre a importância dada pelos governos a esta área. “Depois da constituição de 88 (sic), muitas das áreas discutidas no documento foram alçadas a ministérios, isso não aconteceu com a área de segurança”, disse antes de citar a questão dos presídios. “A parte crucial para enfrentar a questão de Segurança Pública no Brasil é a questão carcerária, em poucos anos teremos uma Porto Alegre dentro da prisão, isso somado a falta de empregos e oportunidades que o Brasil vem enfrentando.”
Além de Segurança Pública, o evento “Políticas Públicas para um Brasil Melhor” também discutirá os temas desigualdade social, educação, saúde, infraestrutura, sustentabilidade no agro, reforma tributária e democracia.