Oposição na Venezuela boicota eleição
Em meio a sua longa e severa crise política, a Venezuela elege uma nova Assembleia Nacional neste domingo (06/12). Quase 21 milhões de cidadãos são convocados a escolher os 277 parlamentares para os próximos cinco anos de legislatura.
Grande parte da oposição considera o pleito uma farsa e, já contando com fraudes, conclamou a um boicote. Em consequência, observadores preveem uma vitória do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do presidente Nicolás Maduro.
Assim, os oposicionistas perderiam a última instituição ainda sob seu controle. Sem maioria na Assembleia Nacional, poderia ser posta em questão também a legitimidade do autoproclamado presidente encarregado Juan Guaidó, que assumiu o cargo em caráter “interino” em 5 de janeiro de 2019.
Guaidó convoca plebiscito
Apesar de reconhecido como chefe de Estado venezuelano legítimo por cerca de 60 nações, entre as quais Brasil, Estados Unidos e Alemanha, o político de 37 anos nunca conseguiu se impor no próprio país. Para a segunda-feira, Guaidó planeja um plebiscito sobre a prorrogação de seu mandato como presidente da Assembleia Nacional.
Nessa luta de poder, Maduro conta sobretudo com o apoio dos poderosos militares – os quais as Nações Unidas acusam de graves violações dos direitos humanos. Também a favor do líder autoritário está o fato de a oposição ter se fragmentado: apesar da convocação ao boicote, alguns partidos oposicionistas apresentaram candidatos à eleição.
A União Europeia se recusou a enviar observadores para as urnas do país sul-americano: o processo eleitoral no país não seria transparente, justificou o encarregado europeu de assuntos externos, Josep Borrell.
Os locais de votação da Venezuela estão abertos das 7h00 às 18h00 (8h00-19h00 em Brasília, 12h00-23h00 em Berlim) deste domingo. Os primeiros resultados estão previstos para a manhã da segunda-feira.
AV/afp,epd,dpa
Por Deutsche Welle