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Morre jornalista que foi vítima de atentado na Holanda

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Peter R. De Vries durante entrevista para a TV (Rede social/Reprodução)

Mais de uma semana depois de levar vários tiros, o jornalista investigativo holandês Peter R. De Vries morreu em consequência dos ferimentos, comunicou a família dele nesta quinta-feira (15/07). “Ele lutou até o fim”, diz o comunicado.

De Vries, de 64 anos, foi vítima de um atentado numa rua no centro de Amsterdã, em 6 de julho. Ele levou vários tiros, incluindo um na cabeça. O jornalista acabara de deixar um estúdio de televisão, onde participara de um programa de entrevistas.

Dois suspeitos foram detidos pela polícia poucas horas depois do crime. A polícia afirma que um holandês de 21 anos, morador de Roterdã, é o atirador. Ele estava acompanhado de um polonês de 35 anos, morador de Maurik, que conduziu o carro no qual a dupla fugiu.

De Vries era alvo frequente de ameaças de criminosos. A polícia não confirmou se ele estava sob proteção policial.

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Reações ao atentado

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Local onde o atentado contra Peter aconteceu (NOS Jeugdjournaal/Reprodução)

O atentado causou comoção não só na Holanda, mas também em vários outros países da União Europeia.

O rei Willem-Alexander e a rainha Máxima disseram que ficaram chocados e que os jornalistas devem ser livres para exercer o trabalho deles sem ameaças.

Em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, condenou o ataque e ressaltou a importância de uma imprensa livre. “Trata-se de um crime contra o jornalismo e um ataque aos nossos valores de democracia e Estado de direito. Vamos continuar a defender incansavelmente a liberdade de imprensa”, afirmou após o atentado.

Associações de jornalistas disseram que se trata de um ataque à liberdade de imprensa e exigiram da polícia que esclareça o crime o quanto antes.

Muitos inimigos

De Vries era um jornalista muito conhecido na Holanda devido às suas investigações sobre o crime organizado e costumava aconselhar testemunhas em processos judiciais. Ele estava assessorando um ex-criminoso que está testemunhando contra um dos principais traficantes de drogas da Holanda, Ridouan Taghi.

O jornalista já cobriu vários casos famosos, incluindo o sequestro do magnata cervejeiro Freddy Heineken, em 1983. O sequestrador mais tarde fez ameaças a De Vries, que reportou o caso à polícia.

Logo após o atentado, o jornalista holandês Michel Kerres, do jornal NRC, de Roterdã, afirmou, em entrevista à DW, que De Vries tinha muitos inimigos por causa de suas reportagens investigativas.

“Sabemos que ele é um conselheiro de uma testemunha-chave da acusação naquele que é provavelmente o maior processo por tráfico de drogas nas cortes holandesas neste momento”, disse.

“Claro que não se sabe se o que aconteceu está relacionado a isso. Ele está envolvido com todos os principais crimes na Holanda na última década. Ele tem um monte de inimigos.”

Por Deutsche Welle
as/lf (AP, Reuters, AFP)

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