Polícia prende mais suspeitos da morte de sargento do Exército
Em nova fase da operação “Lucas 8:17”, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) prendeu, na manhã desta quarta-feira, 9, Romário Vinente Bentes, Kamylla Tavares da Silva e os empresários donos da rede de supermercados Vitória, Joabson Agostinho Gomes e Jordana Azevedo Freire. Segundo a polícia, Romário é gerente da rede de supermercado e braço direito de Joabson.
Em entrevista coletiva, o delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Ricardo Cunha, disse que Romário Vinente contratou Kamylla Tavares para intermediar as negociações com o pistoleiro Silas Ferreira da Silva, 26, preso no dia 22 de novembro de 2021. Silas recebeu aproximadamente R$ 65 mil para cometer o crime.
“A Kamylla e o Romário são os intermediários deste delito. A Kamylla intermediou informações do Silas com o Romário. O Romário foi quem organizou e planejou esse crime. Os mandantes vocês já sabem muito bem. Já estava muito bem configurado [os empresários]. O Romário é braço direito do Joabson e as outras três meninas são ex-vizinhas do Romário, todas tem um histórico criminal complicado, por várias participações criminosas”, afirmou o delegado.
Outras duas mulheres que auxiliaram Romário Vinente com Silas Ferreira estão sendo procuradas pela Polícia Civil, são elas: Kayandra Pereira Castro e Kayanne Castro Pinheiro dos Santos.
Mandantes
Para a polícia, não há dúvidas de que os mandantes da morte de Lucas Guimarães é o casal Joabson Gomes e Jordana Freire. Os investigadores acreditam que Joabson descobriu a traição por meio do telefone da esposa e passou a fazer ameaças contra Lucas e até cometer violência doméstica contra Jordana por conta da traição.
“Agora, o inquérito policial está em vias de conclusão, as provas mais robustas. Houve inclusive confissão do Silas sobre a participação do Romário, a participação do casal e, por essa razão, nós requeremos um novo pedido de prisão do casal, concedido pela Justiça. A Justiça se convenceu dos nossos argumentos e entendeu que eles têm que responder esse crime aí encarcerados”, afirmou o delegado.
O grupo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exame de corpo de delito.
Ainda de acordo com a polícia, Romário, Joabson, Kamylla passarão por audiência de custódia e Jordana responderá pelo caso em prisão domiciliar.
A Polícia Civil considera o caso encerrado e irá encaminhar o processo judicial em dez dias à Justiça do Amazonas que definirá se os envolvidos vão ou não a júri popular.
Alívio
O advogado da família de Lucas Guimarães, Iuri Albuquerque, disse que os pais do sargento estão mais aliviados com a elucidação do caso. Já que há cinco meses a polícia investigava a causa da morte.
“Sem dúvida alguma a família se encontra aliviada e com sentimento de que a justiça está sendo feita. Em nenhum momento deixamos de acreditar na justiça, claro que é necessária muita paciência, muita compreensão, porque se passaram cinco meses e eles estavam soltos [referindo-se ao casal que estava em liberdade]. Então, a gente sempre acreditou no trabalho conduzido pela DEHS e agora é esperar que o inquérito seja concluído, a denúncia seja oferecida pelo Ministério Público e nós, como assistente de acusação, vamos também atuar para que a justiça seja feita e que os verdadeiros assassinos responsáveis por esse crime de homicídio respondam e paguem pelo crime”, destacou o advogado.
O caso
O sargento do Exército Lucas Guimarães foi assassinado com três disparos de arma de fogo na região da cabeça. O crime aconteceu em uma cafeteria localizada na Avenida Ayrão, Boulevard Álvaro Maia, zona Sul de Manaus, no dia 1º de setembro de 2021.
A vítima estava no local quando um homem entrou no estabelecimento, se passando por cliente, pediu um café e logo em seguida puxou uma arma de fogo e atirou contra a vítima. Lucas ainda chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital Santa Júlia, mas veio a óbito.
Procurada pela REVISTA CENARIUM, a defesa do casal de empresários informou que irá se pronunciar apenas no momento oportuno.