Refugiados, 30 afegãos estão no aeroporto de Cumbica
Cerca de 30 afegãos permanecem acampados no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, conforme apuração do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). O aeroporto tem sido a principal porta de entrada ao Brasil de afegãos que fogem do regime radical do Talibã. O número de refugiados oscila conforme a chegada dos voos.
Em outubro, auge do fluxo migratório, eram cerca de 300 pessoas acampadas em barracas improvisadas no Terminal 2 do aeroporto. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a maioria foi encaminhada para abrigos da prefeitura e do governo estadual.
Diante da intensa chegada de afegãos ao Brasil, a equipe do ministério visitou o aeroporto nesta semana, abrigos que acolheram os refugiados e se reuniu com autoridades locais em busca de uma solução definitiva para o acolhimento humanitário dos afegãos.
“Estamos empenhados no âmbito do Ministério da Justiça em concretizar uma solução definitiva para um acolhimento humanitário da população afegã que tem chegado ao nosso país. É fundamental fortalecer as políticas de refúgio para o atendimento desse fluxo migratório, com um olhar humanitário para as necessidades dessas pessoas que chegam de um território com essa grave e generalizada violação de direitos humanos”, diz Sheila de Carvalho, presidenta do Conare.
Entre setembro de 2021 e dezembro de 2022, o governo brasileiro expediu 6.302 vistos humanitários a afegãos, sendo que mais de 3 mil ingressaram pelo Aeroporto de Guarulhos no período de janeiro a outubro do ano passado. O Brasil é o único país a conceder esse tipo de visto à população afegã, conforme o Ministério da Justiça. Cerca de 2 mil afegãos passaram pelo Posto de Atendimento Humanizado do aeroporto.
De acordo com Alto Comissariado das Nações para os Refugiados (Acnur), a maioria dos refugiados é homem, com idade entre 18 e 59 anos, e tem formação universitária. Para grande parte, o Brasil é apenas um ponto de parada, sendo o destino final os Estados Unidos, Canadá e alguns países europeus.