Polícia

PF faz Operação Contra Desvio de Dinheiro nas obras do Rodoanel

A Polícia Federal (PF) deflagra hoje (21) a Operação Pedra no Caminho, que apura desvio de recursos públicos nas obras do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo. São cumpridos 15 mandados de prisão temporária e 51 mandados de busca e apreensão na capital paulista e nas cidades de Carapicuíba, Arujá, Bofete, Ribeirão Preto e São Pedro, além de Marataízes e Itapemirim, no Espírito Santo.

Ao todo, 14 pessoas foram presas e uma está no exterior, por isso o mandado de prisão neste caso não foi cumprido. Um dos presos é Laurence Casagrande Lourenço, ex-secretário estadual de transportes do Estado de São Paulo e ex-diretor da Dersa no Governo Geraldo Alckmin (PSDB) e atual diretor da Companhia Energética de São Paulo (Cesp).

O inquérito policial foi instaurado em 2016, após denúncia de um ex-funcionário de uma empresa que atuou nas obras. Ele apontou manipulações em termos aditivos ao contrato da obra, com o  objetivo de aumentar o valor pago às empreiteiras.

Os aditivos contratuais, na fase de terraplanagem, eram para a remoção de rochas, mesmo que o projeto inicial já contemplasse o custo dessa remoção. A irregularidade gerou sobrepreço de mais de R$ 131 milhões.

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Segundo perícia da Polícia Federal e relatórios do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União, um dos cinco lotes onde houve aditivos para a remoção de rochas teve sobrepreço de R$ 33 milhões.

Os acusados vão responder pelos crimes de fraude à licitação, estelionato contra o poder público, falsidade ideológica e associação criminosa, conforme as suas participações. Os presos permanecerão na sede da PF em São Paulo, à disposição da Justiça Federal.

A Cesp disse, em nota, que não vai se manifestar sobre a investigação. A Dersa destacou que o Estado tem interesse na investigação e que cobrará dos responsáveis qualquer prejuízo ao dinheiro público. Ao G1, a assessoria de Alckmin informou que o pré-candidato à Presidência se surpreendeu com a notícia da operação e que não tem conhecimento sobre os dados apurados pela Polícia Federal. Disse também que Laurence Casagrande Lourenço “goza de confiança, com anos de bons trabalhos e que se houver algo ilícito, que haja responsabilização”.

(Fernanda Cruz/ Agência Brasil) (atualizado às 16h01)

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