Recorde histórico: julho de 2023 é o mês mais quente desde 1940
O mês de julho de 2023 está prestes a entrar para a história como o mês mais quente já registrado desde que as medições começaram, em 1940. Segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), um observatório financiado pela União Europeia, a temperatura média global do ar na superfície ultrapassou 17°C pela primeira vez na história.
A média global da temperatura do ar na superfície para os primeiros 23 dias de julho de 2023 foi de 17,08°C. Isso está bem acima dos 16,8°C registrados para o mês inteiro de julho de 2019, que é atualmente o mês de julho mais quente e o mês mais quente já registrado.
Dos 30 dias mais quentes já registrados desde 1940, 21 deles são do atual mês de julho. O recorde absoluto foi alcançado no dia 6, quando a temperatura média global do ar foi de 17,08°C, superando a marca anterior de 16,8°C em agosto de 2016.
O calor extremo foi sentido em diversas partes do mundo, especialmente no hemisfério norte. Nos Estados Unidos, o Vale da Morte, na Califórnia, registrou a noite mais quente já documentada. Na China, as temperaturas ultrapassaram os 50°C em algumas regiões. Na Península Ibérica, os termômetros marcaram valores acima dos 40°C.
Na Ásia, os extremos foram de chuva, com inundações e deslizamentos de terra que deixaram dezenas de mortos, especialmente no Paquistão e na Coreia do Sul.
A chegada do fenômeno El Niño no Pacífico tropical contribuiu para o aumento das temperaturas globais, mas não é o único fator responsável. Segundo os cientistas, as emissões antropogênicas (causadas pelo homem) de gases de efeito estufa são o principal impulsionador desse aquecimento.
“Com base em dados preliminares, incluindo a previsão de temperaturas até o fim do mês, é praticamente certo que julho de 2023 será o julho mais quente por uma ampla margem”, afirmou Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).
“Não será apenas o julho mais quente, mas o mês mais quente de todos os tempos em termos de temperatura média global absoluta. Talvez, tenhamos que voltar milhares, se não dezenas de milhares de anos, para encontrar condições igualmente quentes em nosso planeta”, completou.
O secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, alertou que o impacto das condições climáticas extremas sobre milhões de pessoas é “infelizmente a dura realidade das mudanças climáticas e uma amostra do futuro”.
“A necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa é mais urgente do que nunca. A ação climática não é um luxo, mas uma necessidade”, declarou.