Donald Trump vence as prévias de Iowa, chama imigrantes de “terroristas” e promete deportações

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, venceu com folga as prévias do Partido Republicano no estado de Iowa, na segunda-feira (15), dando o primeiro passo para tentar voltar à Casa Branca em 2024. Em seu primeiro discurso após a vitória, Trump chamou os imigrantes ilegais de “terroristas”, disse que vai “fechar a fronteira” com o México e prometeu uma “deportação em massa” de milhões de pessoas.

Trump obteve 51% dos votos dos republicanos em Iowa, superando os seus principais rivais, o governador da Flórida, Ron DeSantis, que teve 21%, e a ex-embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, que ficou com 19%. Os outros candidatos tiveram menos de 10% cada.

As prévias de Iowa são consideradas importantes porque são as primeiras a definir os delegados que vão escolher o candidato oficial do partido nas eleições presidenciais. Além disso, elas servem como um termômetro da popularidade e do apoio dos eleitores aos postulantes à Casa Branca.

Em seu discurso, Trump resgatou a retórica anti-imigração que marcou o seu mandato entre 2017 e 2021. Ele afirmou que os EUA estão sendo “invadidos” por “milhões e milhões” de imigrantes ilegais, que vêm de “prisões, países que a maioria das pessoas nem nunca ouviu falar, sanatórios mentais, hospitais psiquiátricos que estão sendo esvaziados” e que são “terroristas”. Ele não apresentou nenhuma evidência para sustentar as suas acusações.

Trump disse que, se for eleito, vai realizar um “nível de deportações que não vemos desde Dwight Eisenhower”, presidente dos EUA na década de 1950, que conduziu um programa de expulsão de mais de um milhão de imigrantes, principalmente mexicanos. Ele também prometeu construir um muro na fronteira com o México, uma de suas principais promessas de campanha em 2016, que não foi cumprida integralmente.

O ex-presidente também atacou o seu sucessor, o democrata Joe Biden, a quem chamou de “o pior presidente que já tivemos na história do nosso país”. Ele acusou Biden de estar “destruindo” os EUA com políticas que favorecem a imigração ilegal, a inflação, a dependência energética, o aumento dos impostos, a perda de empregos, a violência nas ruas e a fraqueza diante de adversários como a China, a Rússia e o Irã.

Trump também elogiou os seus concorrentes republicanos, especialmente DeSantis e Haley, e disse que o país está muito perto de voltar a colocar “a América em primeiro lugar”, um de seus principais slogans presidenciais. Ele afirmou que tem o apoio de milhões de americanos que querem “recuperar a nossa grandeza” e “derrotar os mentirosos, trapaceiros, bandidos, pervertidos, vigaristas, anormais e cretinos” do Partido Democrata.

Trump ainda não confirmou oficialmente a sua candidatura à presidência em 2024, mas tem dado sinais de que pretende disputar novamente o cargo que perdeu para Biden em 2020. Ele continua alegando, sem provas, que houve fraude nas últimas eleições e que ele foi o verdadeiro vencedor. Ele também tem feito comícios pelo país para mobilizar a sua base de apoio e arrecadar fundos para a sua campanha.