Economia

Banco Central mantém juros básicos em 10,5% ao ano

Decisão do Copom visa consolidar processo de desinflação e ancorar expectativas de inflação.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 10,5% ao ano. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (31) e reflete a necessidade de consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas de inflação.

Banco Central mantém juros básicos em 10,5% ao ano
(Rafa Neddermeyer – Agência Brasil)

Na reunião anterior, em junho, o Copom interrompeu o ciclo de cortes de juros iniciado há quase um ano. De agosto do ano passado até março deste ano, o comitê havia reduzido os juros básicos em 0,5 ponto percentual a cada reunião. Em maio, a taxa foi cortada em 0,25 ponto percentual.

Em nota, o Copom explicou que a decisão de manter a taxa de juros inalterada foi motivada pelo ambiente externo adverso e pelo conjunto de indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho doméstico, que seguem apresentando dinamismo maior do que o esperado. “O Comitê, unanimemente, optou por manter a taxa de juros inalterada, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam acompanhamento diligente e ainda maior cautela”, diz a nota.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação oficial sob controle, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em junho, o IPCA teve alta de 0,21%, ficando abaixo da taxa registrada em maio (0,46%). No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,23%, acima dos 3,93% observados nos 12 meses anteriores.

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Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta de inflação em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Segundo o Relatório de Inflação divulgado em junho pelo Banco Central, a inflação deve ficar em 4% em 2024. Já de acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 4,1%.

O Copom destacou que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente para consolidar não apenas o processo de desinflação, mas também a ancoragem das expectativas em torno da meta. O comitê se comprometeu a permanecer vigilante e relembrou que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta.

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