Capital

Ação na Cracolândia vai ser investigada pelo MP

O Ministério Público de São Paulo (MP/SP) instaurou um inquérito para investigar as ações da Prefeitura de São Paulo na região da Cracolândia. O objetivo é apurar se houve irregularidades na operação da última semana.

A portaria assinada pelas Promotorias de Justiça de Direitos Humanos, da Infância e Juventude de Habitação e Urbanismo nesta segunda-feira (16) afirma que as investigações vão avaliar as ações para internação, voluntária ou não, dos dependentes químicos, os tratamentos nos locais de internação, as formas de abordagem das equipes de saúde e assistência social.

“A Prefeitura foi alertada para à importância de não repetir os mesmos erros cometidos nas operações anteriormente desenvolvidas na Cracolândia, as quais, além de inefetivas e caras, foram responsáveis por várias violações de direitos, decorrentes, principalmente, da priorização da atuação policial em detrimento das ações de saúde, assistência social e moradia”, diz trecho da portaria.

Praça na área central de São Paulo tomada por usuários de drogas. Imagem vista do alto.
(Reprodução)

A Polícia Militar prendeu nove acusados de tráfico de drogas e dispersou diversos usuários em uma ação na Praça Princesa Isabel. Segundo a prefeitura, a dispersão facilita o oferecimento de serviços de apoio e tratamento para os dependentes químicos.

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Porém, nas ações de dispersão, uma pessoa foi baleada e acabou morrendo. Raimundo Nonato Rodrigues Fonseca levou um tiro enquanto saía do local da operação. Três policiais civis se apresentaram como autores de disparos. Uma perícia vai apurar se o tiro que causou a morte do homem saiu da arma de algum dos oficiais.

O MP/SP pretende ouvir Arthur Guerra, coordenador técnico do programa Redenção, o secretário municipal de Assistência Social, Carlos Bezerra Junior, o secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Zamarco, e o comandante da Guarda Civil Metropolitana, Agapito Marques, nesta apuração.

Protesto contra operação

No último domingo (15), um grupo com cerca de 200 pessoas protestaram contra a ação policial e a morte de Raimundo.

Participaram do ato movimentos ligados ao atendimento e promoção de bem-estar a moradoras em situação de rua e a dependentes químicos da região da Cracolândia. Também marcou presença a Pastoral do Povo da Rua, liderada pelo Padre Júlio Lancellotti.

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