Bartender: além de um hobby, pode ser uma profissão criativa
Veja como as mulheres brasileiras estão unindo criatividade e inovação nos bares
Assim como tantos outros setores do mercado, a coquetelaria é um ramo predominantemente masculino. Foi apenas há poucos anos que o público feminino alcançou a sua inserção no entretenimento noturno, conseguindo espaço para frequentar bares e boates, algo malvisto em uma sociedade ditada pelo patriarcado.
Atualmente, como em diversas outras profissões antes dominadas pelo gênero masculino, mulheres estão não só ocupando espaços nos melhores bares ao redor do mundo, mas também liderando a inovação e a criação de novas tendências na coquetelaria. De Nova York a São Paulo, bartenders femininas estão desafiando estereótipos e elevando o padrão da profissão.
Uma prova disso é a bartender Márcia Martins, do Watanabe Restaurante, homenageada pela Vogue em matéria de comemoração do último Dia do Bartender. Atuando no mercado há mais de 30 anos, Márcia já passou por bares de casas premiadas em São Paulo, como Charco e Maní, da chef Helena Rizzo. No Watanabe, a head bartender une suas experiências na coquetelaria com inspirações orientais para criar uma carta única de drinks.
Provando que a criatividade é um dos pilares fundamentais da excelência na profissão, Márcia é criadora de drinks como o Wassabi Sour Roku, com gin, sake, wassabi, mix cítrico, espuma de gengibre e shissô. Desde a elaboração de novos sabores até a apresentação visual dos drinks, as mulheres estão explorando novas combinações de ingredientes, influenciando diretamente a evolução do mercado de coquetéis.
Assim como a cozinha em geral, a coquetelaria é uma área que fomenta a criação, a criatividade, a conexão com pessoas e a inovação. Como qualquer profissão, exige experiência e treinamento, mas, apesar disso, não costuma exigir formação em uma faculdade de gastronomia, ainda que o curso possa ajudar na rotina e mixologia dos ingredientes.
Em entrevista também à Vogue, Stephanie Marinkovic, que está no mercado há mais de 15 anos e assina a carta de drinks do Bar dos Cravos, em São Paulo, fala sobre como o bar funciona como uma extensão da cozinha e como ambos devem andar em constante parceria.
“A minha principal função hoje é treinar pessoas e espalhar conhecimento. É o que eu gosto de fazer. Gosto de dar oportunidade, dividir experiências. E trazer mais como a coquetelaria trabalha com a gastronomia, pois, para mim, a coquetelaria é uma extensão da cozinha. A minha coquetelaria hoje fala de lembrança afetiva. Todo mixologista é um chef, e todo chef é um mixologista”, diz Marinkovic.