Calvície: qual é o peso da genética no processo?
Fatores genéticos têm grande parcela nas chances de desenvolver calvície: saiba quais são os mecanismos da perda de cabelo e a contribuição da herança dos pais no processo
A calvície é um problema muito comum atualmente, com 80% dos homens desenvolvendo o quadro até os 80 anos e cerca de 40% tendo a condição após a menopausa.
Os impactos emocionais, estéticos e sociais da calvície têm motivado pesquisas sobre suas causas e tratamentos.
Apesar de o peso genético na calvície ser inquestionável, ainda não se sabe ao certo como os mecanismos se desenvolvem. Entenda mais a seguir:
Como a genética influencia a calvície?
Pesquisas científicas estimam que até 70% das chances de uma pessoa desenvolver calvície, também conhecida como alopecia androgenética, sejam devido à herança genética.
Nessa condição, hormônios masculinos como a testosterona e a di-hidrotestosterona (DHT), derivada da testosterona, afetam os folículos capilares.
Com o tempo, isso enfraquece os fios de cabelo, tornando-os mais finos e, eventualmente, pode levar à parada na produção de novos fios.
A alopecia androgenética é influenciada por vários genes, com destaque para o gene receptor de andrógenos (AR), que regula a sensibilidade dos folículos ao DHT e à testosterona.
Embora o gene AR seja herdado do cromossomo X da mãe, estudos mostram que a calvície não é exclusivamente herdada dela. Há outros genes envolvidos, dentre eles alguns que podem vir do pai ou da mãe.
Por isso, já está ultrapassada a ideia de que a calvície vem da mãe. Na verdade, ela pode vir tanto da família do pai quanto da mãe e mais do que isso, pode ocorrer mesmo sem ter nenhum parente calvo conhecido.
Essa e outras questões envolvendo outros fatores que contribuem para essa condição ainda precisam ser esclarecidas pela ciência.
Entretanto, embora ainda não se conheça todos os detalhes sobre o papel da genética na calvície, não há dúvidas sobre sua forte participação com fatores hormonais e ambientais.
Outros aspectos que impactam a saúde capilar
A saúde capilar é multifatorial. Mesmo a manutenção de bons cuidados com os não garante cabelos saudáveis.
Para se conseguir mantê-los vistosos também é preciso cuidar da alimentação, sono, estresse e outros, não que esses fatores determinem ser calvo ou não. Como visto, isso depende basicamente da genética.
Os demais fatores, no entanto, podem acelerar ou retardar esse processo. Isso porque a miniaturização da calvície ocorre conforme o ciclo capilar. Problemas adicionais na saúde do cabelo podem alterar o ciclo natural e causar uma aceleração da alopecia.
Estilo de vida e hábitos alimentares
A saúde do cabelo depende de nutrientes e oxigênio que chegam ao bulbo capilar. No entanto, o corpo prioriza funções essenciais, como respirar e circular o sangue.
Então, se faltar nutrientes, o couro cabeludo não provavelmente vai ser um dos primeiros a não receber o quanto é necessário para manter os cabelos.
Por isso, é importante manter um bom aporte de nutrientes para os cabelos por meio de uma boa alimentação. Suplementos orais podem ajudar, mas devem ser usados apenas com orientação médica, pois o excesso de vitaminas pode também causar queda de cabelo.
Influências hormonais
A alopecia androgenética é causada pela ação hormonal, e problemas hormonais podem acelerar ou retardar esse processo. Nos homens e mulheres, a calvície começa somente após a puberdade devido ao aumento dos hormônios andrógenos.
No entanto, quem tem calvície, seja homem ou mulher, geralmente não apresenta altos níveis de hormônios masculinos. Na quase totalidade dos casos, os hormônios são normais para a idade.
Nas mulheres, a ação dos hormônios andrógenos não é tão simples como nos homens, pois nesse caso ainda há colaboração dos hormônios femininos estrógeno e progesterona.
Mesmo assim, é evidente que há uma influência hormonal, já que muitas mulheres apresentam perda de cabelo após a menopausa.
Impacto do estresse e fatores ambientais
O estresse, seja agudo ou crônico, é uma das principais causas da queda de cabelo do tipo eflúvio telógeno. Embora não cause calvície, a queda acelera o processo.
Durante períodos de estresse, o corpo produz mais cortisol, um hormônio que aumenta a oxidação celular, causando envelhecimento e morte das células, além de inflamação subclínica.
Outros fatores que podem afetar a saúde do cabelo incluem traumas, uso de certos medicamentos, dermatites, falta de higiene capilar, excesso de procedimentos químicos e uso inadequado de aparelhos térmicos.
Identificando sinais precoces de calvície
A genética desempenha um papel crucial no desenvolvimento da calvície, influenciando sua manifestação tanto em homens quanto em mulheres ao longo da vida.
Nas mulheres, a queda de cabelo de padrão feminino se manifesta como uma miniaturização difusa dos fios, principalmente ao longo da linha do cabelo. Isso resulta em perda de volume e um couro cabeludo mais visível.
Nos homens, a calvície masculina começa com entradas nas têmporas e afinamento do cabelo, levando à perda de densidade e volume. O couro cabeludo fica mais visível, e o cabelo diminui na região do vértice.
A alopecia androgenética é mais comum em homens após os 40 anos, mas pode começar na puberdade e ficar bem evidente já entre os 15 e 20 anos.
Por isso, é bom sempre ficar bem informado e atento aos sinais da calvície, pois quanto antes identificar e tratar a perda de cabelos, maiores são as chances de interromper o processo e recuperar o cabelo.