Câncer de bexiga: terapia inovadora aumenta chance de cura
Uma nova alternativa de cura para o câncer de bexiga acaba de ser descoberta e anima o mundo científico. De acordo com o Inca, aproximadamente 11.000 pessoas serão diagnosticadas com a doença no Brasil em 2023.
O BCG (Bacillus Calmette-Guerin) é geralmente o tratamento padrão utilizado. Menos invasivo, é usado para reduzir o risco de recorrência do câncer de bexiga.
A terapia é muito eficaz em pacientes que possuem baixo risco de progressão. Entretanto, um número significativo de pacientes não responde à terapia com o BCG, deixando-os com poucas opções de tratamento eficazes.
A boa notícia é que há uma outra opção agora para quem é resistente ao BCG. Recentemente foi aprovado nos Estados Unidos, por meio de um estudo clínico de fase lll, resultados promissores para o uso de Adstiladrin (rAd-INFa/syn3) em pacientes com câncer de bexiga não invasivo e não muscular resistente ao BCG.
O Adstiladrin é um vetor adenovírus não replicante contendo IFN α2b recombinante com atividade antitumoral. Ou seja, o Adstiladrin transforma as próprias células da parede da bexiga do paciente em micro fábricas de interferons, estimulando a atividade do sistema imunológico.
Bruno Benigno, um dos chefes de Urologia do Centro de Oncologia e Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), explica que desta forma, há um aumento das defesas naturais do corpo contra o câncer.
“A introdução do medicamento acontece como no BCG, através de um cateter na bexiga, porém uma vez a cada três meses”, completa.
O estudo incluiu a avaliação de efeitos colaterais e o risco de retorno da doença. De acordo com os pesquisadores, o medicamento foi bem tolerado e não foram relatados efeitos colaterais graves ou mortes em decorrência do tratamento.
Ainda assim, segundo Benigno, a nova terapia não é aprovada para todos os pacientes com câncer de bexiga e o BCG continua sendo o tratamento padrão com as maiores taxas de resposta. Mas é uma ótima opção para quem não responde à terapia com a BCG. Benigno ressalta que o novo tratamento ainda não está disponível no Brasil, mas estima-se que demore cerca de um ano e meio para ser aprovado no país.