Ronnie e Élcio são condenados a 78 e 59 anos de prisão por assassinar Marielle e Anderson
Ex-policiais são sentenciados por duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e receptação de veículo
Nesta quarta-feira (30), o 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O crime, que ocorreu em 14 de março de 2018, chocou o país e gerou repercussão internacional. Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto Queiroz recebeu uma pena de 59 anos e 8 meses.
Caso Marielle
Os réus foram condenados por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle que sobreviveu ao atentado, e pela receptação do veículo utilizado no crime. Além das penas de prisão, ambos deverão pagar uma pensão ao filho de Anderson até que ele complete 24 anos e uma indenização de R$ 706 mil por dano moral para cada uma das vítimas: Arthur, filho de Anderson; Ágatha Arnaus, viúva de Anderson; Luyara Franco, filha de Marielle; Mônica Benício, viúva de Marielle; e Marinete Silva, mãe de Marielle.
A sentença foi lida pela juíza Lúcia Glioche, que destacou a importância da justiça ser feita, mesmo que tardiamente. “A Justiça, por vezes, é lenta, cega, injusta, torta, mas ela chega”, afirmou a magistrada durante a leitura da sentença.
O julgamento, que durou dois dias, foi marcado por momentos de grande emoção. Familiares e amigos das vítimas se emocionaram ao ouvir a condenação dos assassinos. Marinete Silva, mãe de Marielle, declarou: “Cada dia é uma vitória”. Mônica Benício, viúva de Marielle, afirmou que nunca deixou de acreditar na justiça.
A condenação de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz representa um passo importante na busca por justiça para Marielle Franco e Anderson Gomes. No entanto, a investigação sobre os mandantes do crime ainda está em andamento, e o Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar os acusados de serem os mentores do assassinato ainda este ano.