MA, TO e MT são os Estados que mais queimaram o bioma Cerrado em 2022
Integrando a região da Amazônia Legal, os Estados do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão foram os que mais queimaram o bioma Cerrado entre janeiro e novembro deste ano, de acordo com o Monitor do Fogo, do Mapbiomas. Segundo a consulta feita nesta sexta-feira, 16, foram perdidos 2,4 milhões de hectares apenas na vegetação savânica.
O que mais perdeu a cobertura vegetal para o fogo foi o Maranhão, com 919 mil hectares queimados, aumento de 108% em relação ao período do ano anterior. Tocantins queimou 894 mil hectares, aumento de 86%, e o Mato Grosso teve 604 mil hectares perdidos, um aumento de 14%.
Em todo o bioma, foram queimados 7,3 milhões de hectares nos 11 meses do ano, aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior, colocando o ecossistema em segundo lugar de queimadas, perdendo apenas para a Amazônia. Quase metade da área queimada (3,5 milhões de hectares), neste período, ocorreu em formação savânica.
O Cerrado cobre cerca de 25% do território nacional e perfaz uma área entre 1,8 e 2 milhões de quilômetros quadrados, nos Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Sul do Mato Grosso, Oeste de Minas Gerais, Distrito Federal, Oeste da Bahia, Sul do Maranhão, Oeste do Piauí e porções do Estado de São Paulo.
Amazônia
Só na Amazônia foi registrado quase metade do fogo de todo o período (48%, equivalentes a 7,7 milhões de hectares). Em seguida está o Cerrado, e o Pantanal apresentou a menor área queimada nos últimos quatro anos, com 86% de redução de 2022 para 2021, em relação à área queimada de janeiro a novembro.
A área queimada entre janeiro e novembro de 2022 no bioma já é superior em 49% ao que foi queimado em 2021. Os três municípios que mais queimaram no Brasil, no período, estão na Amazônia: São Félix do Xingu (PA), Altamira (PA) e Porto Velho (RO).
No Brasil
Dados do Monitor do Fogo mostraram que a área queimada em novembro em todo o território nacional – 775 mil hectares – foi 89% superior ao registrado no mesmo mês de 2021. Desse total, 81% (627 mil hectares) foram queimados na Amazônia, no mês passado.
A maior parte (58%) foi em vegetação nativa, sendo que mais de um terço (35%) atingiu formações florestais. Dentro os tipos de uso agropecuário do solo atingidos, as pastagens se destacaram, representando 38% da área queimada em novembro. Os Estados líderes em extensão destruída pelo fogo foram Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas.
“Logo após o segundo turno das eleições houve um aumento da área queimada em um mês que normalmente não teríamos muito fogo por conta das chuvas. Trata-se claramente de uma reação à expectativa de políticas mais efetivas de combate ao desmatamento e queimadas por parte do novo governo”, analisou a coordenadora do Mapbiomas Fogo e diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar.