Chuva e vento forte deixam mais de 2 milhões sem luz em São Paulo
Temporal causa mortes, alagamentos e afeta abastecimento de água e realização do Enem
Uma forte chuva com rajadas de vento que atingiu São Paulo nessa sexta-feira (3) causou estragos, mortes e transtornos em diversas cidades do estado. Pelo menos 2,1 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica, sendo 1,4 milhão na capital. Seis pessoas morreram em decorrência dos temporais, quatro delas por queda de árvores. A queda da rede elétrica também impactou o fornecimento de água e a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste domingo (5).
A velocidade dos ventos, segundo a Defesa Civil estadual, chegou a 151 quilômetros por hora (km/h) em Santos, conforme dados da administração portuária. Na capital paulista, as rajadas alcançaram 103,7 km/h, recorde dos últimos cinco anos. Defesas civis e o Corpo de Bombeiros registraram mais de 2 mil chamados em ocorrências em 40 municípios do estado, a maioria por queda de árvore.
A Enel, concessionária que atua na capital e em 23 municípios da região metropolitana, disse que a previsão de normalização do fornecimento de energia deve acontecer até terça-feira (7), mas alguns casos podem demorar mais tempo. A empresa também informou que priorizará o restabelecimento de energia nas áreas onde as provas do Enem serão realizadas no domingo (5). Das 308 escolas que vão receber o exame, 84 tiveram algum problema de fornecimento de energia elétrica.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pediu economia aos consumidores até que a situação se normalize. Segundo a companhia, houve paralisação em diversas instalações e estações elevatórias, reduzindo o nível dos reservatórios. Os pontos mais críticos foram nas regiões de Americanópolis, São Mateus, Itaquera, Vila Mariana, Vila Clara, Santa Etelvina, Guaianases, Cidade Tiradentes, Vila Mascote, Vila Santa Catarina, Vila Joaniza, Campo Grande, Jardim Promissão, Pedreira, Cidade Ademar, Chácara Flora, Morumbi e Capão Redondo. Na Grande São Paulo, o desabastecimento afeta os municípios de Itapecerica da Serra, Mauá, Cotia, Santo André, Diadema, Osasco, Barueri, Guarulhos, Taboão da Serra, Itaquaquecetuba, Biritiba Mirim e Suzano.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que as questões das mudanças climáticas nos colocam grandes desafios e que o acontecimento foi excepcional. Ele informou que foram 618 chamados na área de iluminação pública, sendo que 133 estão em aberto e 99 ainda com espera para início do atendimento. Neste momento, 1.470 profissionais trabalham no corte de árvores, antes eram 300. Dos 6,5 mil semáforos, 247 seguem apagados por falta de energia e 20 por falha no equipamento.