Polícia prende namorada de brasileiro que tentou mantar Cristina Kirchner
A polícia argentina deteve, ontem (4) à noite, em Buenos Aires, a namorada do homem que tentou disparar contra a vice-Presidente Cristina Kirchner, na quinta-feira (1), disseram fontes judiciárias.
A mulher, Brenda Uliarte, de 23 anos – entrevistada por várias televisões, na sequência da tentativa de atentado, sobre o suspeito Fernando André Sabag Montiel – foi detida numa estação do bairro de Palermo, indicaram as mesmas fontes, citadas por vários meios de comunicação social, incluindo a agência oficial argentina Telam.
O homem, de 35 anos e de nacionalidade brasileira, já detido, apontou uma arma à cabeça da antiga Presidente (2007-2015) da Argentina e atual vice-Presidente do país, na quinta-feira, e tentou atirar duas vezes, mas a arma não disparou.
O advogado de Kirchner indicou que vai pedir à justiça para que classifique o ataque como “tentativa de feminicídio”, agravado por tentativa de uso ilegal de arma de fogo.
Gregorio Dalbón considerou que o detido pode não ter agido sozinho e que o ataque pode ter sido planejado.
O agressor, sem antecedentes criminais no Brasil, recusou prestar declarações perante a juíza federal María Eugenia Capuchetti e o procurador Carlos Rívolo, encarregado da investigação.
Nas buscas realizadas pela polícia federal argentina na residência do detido, na cidade de San Martín, em Buenos Aires, foram apreendidos cerca de 100 projéteis de calibre 9mm, um celular e um computador portátil.
Os equipamentos tecnológicos, que agora fazem parte das provas do caso, serão examinados pela polícia científica para saber se o detido agiu sozinho.
O Presidente da Argentina, Alberto Fernández, repudiou o ataque e decretou feriado na sexta-feira, para que os cidadãos pudessem expressar-se contra a violência nas ruas.
Apoiadores da vice-Presidente têm se concentrado nas ruas próximas da casa de Kirchner desde a semana passada, depois de um procurador ter pedido uma pena de prisão de 12 anos para a política, em um caso de suspeita de corrupção relacionado com obras públicas.
As tensões têm aumentado no bairro da Recoleta, na capital argentina, e levaram já a confrontos entre apoiadores e a polícia, na sequência de tentativas de desmobilização pelas forças de segurança.