Dengue: 80% dos hospitais privados de SP registram alta em internações
Pesquisa do SindHosp mostra que 80% dos estabelecimentos de saúde particulares registraram aumento nas internações pela doença nas últimas duas semanas.
A dengue, uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, está se alastrando pelo Brasil e atingindo também os hospitais privados de São Paulo. Segundo uma pesquisa do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), divulgada na sexta-feira (9), 80% dos estabelecimentos de saúde particulares pesquisados registraram aumento nas internações por dengue nas duas semanas anteriores à pesquisa.
A pesquisa ouviu 91 hospitais privados paulistas entre os dias 29 de janeiro e 7 de fevereiro e constatou ainda que a maior parte dos pacientes internados com a doença tem entre 30 e 50 anos. Em 51% dos hospitais, o crescimento de internações em leitos clínicos foi de 11% a 20%, e em 33% deles, de até 5%. Em 89% dos hospitais, não houve aumento nas internações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para dengue, e em 11% deles, houve crescimento de até 5%.
O presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, alertou para a gravidade da situação e a necessidade de medidas de prevenção e controle do mosquito. “O surto cresce rapidamente e o único controle mais efetivo é o aumento das ações das autoridades sanitárias para orientar a população no controle da proliferação do mosquito e ações diretas de combate ao mosquito”, disse.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil já registrou, apenas neste ano, um total de 392.724 casos prováveis de dengue, de acordo com números divulgados nesta quarta-feira (7). O número é mais que o triplo de notificações do mesmo período em 2023: 65.366. O ministério também confirmou 54 mortes pela doença no país. Outros 273 óbitos estão sendo investigados para saber se são decorrentes da dengue.
A incidência de dengue no Brasil é de 560 casos por 100 mil habitantes. Os estados com maior número de casos são Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Em São Paulo, foram confirmados 34.995 casos de dengue e seis mortes pela doença até o momento [3][3].
A dengue é uma doença grave e pode evoluir para formas mais severas, como a dengue hemorrágica, que pode levar à morte. Por isso, é fundamental que o diagnóstico seja feito precocemente e que o tratamento seja iniciado o quanto antes. O tratamento consiste em hidratação, repouso e uso de medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. Não se deve usar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, como aspirina, pois eles podem aumentar o risco de sangramento.
Os sintomas da dengue são: febre alta, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele. A recomendação é que as pessoas procurem um serviço de saúde ao apresentarem esses sinais e não se automediquem.
A única forma de evitar a dengue é eliminar os possíveis criadouros do mosquito, que são locais que acumulam água parada, como pneus, garrafas, vasos de plantas, caixas d’água, piscinas, calhas, entre outros. É preciso verificar semanalmente esses locais e eliminar a água ou tampá-los adequadamente. Também é recomendado usar repelentes, mosquiteiros e roupas que cubram a pele para evitar as picadas do mosquito.
O Aedes aegypti é um mosquito urbano, que se adapta ao ambiente doméstico e se alimenta de sangue humano. Ele pode transmitir, além da dengue, outras doenças, como zika, chikungunya e febre amarela. A dengue é uma doença sazonal, que costuma aumentar nos períodos de chuva e calor, quando o mosquito se reproduz com mais facilidade.