Saúde

Dengue avança no Brasil e se aproxima de 400 mil casos em 2024

A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, já causou 54 mortes no país e levou quatro estados e o Distrito Federal a decretarem situação de emergência em saúde pública.

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A doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, já causou 54 mortes no país e levou quatro estados e o Distrito Federal a decretarem situação de emergência em saúde pública(Agência Brasil)

O Brasil enfrenta uma grave situação de saúde pública por causa da dengue, uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país já registra, apenas neste ano, um total de 392.724 casos prováveis de dengue, de acordo com números divulgados nesta quarta-feira (7). O ministério também confirmou 54 mortes pela doença no país. Outros 273 óbitos estão sendo investigados para saber se são decorrentes da dengue.

A explosão de casos de dengue em diversas regiões do país fez com que ao menos quatro estados – Acre, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro –, além do Distrito Federal, decretassem situação de emergência em saúde pública. A medida visa facilitar a liberação de recursos e a contratação de profissionais para o combate à doença.

Estima-se que o Brasil pode contabilizar mais de 4,1 milhões de casos em 2024, caso não sejam tomadas medidas efetivas de prevenção e controle do mosquito. O número é superior ao registrado em 2015, quando o país viveu a maior epidemia de dengue da história, com 1,6 milhão de casos e 986 mortes.

De acordo com o Painel de Monitoramento do ministério, a população feminina representa 54,9% dos casos, enquanto pessoas do sexo masculino somam 45,1%. Mais de 143,2 mil dos casos prováveis estão concentrados na população entre 30 e 49 anos de idade.

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Na análise do coeficiente de incidência por 100 mil habitantes, a capital federal lidera com 1.727,2 casos por 100 mil habitantes. Em seguida estão Minas Gerais (660,8) e o Acre (539,1). A grave situação vivida pelo DF deve fazer antecipar o início da vacinação para esta sexta-feira (9), informou o governo local. A capital federal vai receber um total de 194 mil doses da vacina.

Em todo o país, as doses estão sendo distribuídas para 521 municípios selecionados pelo Ministério da Saúde para iniciar a vacinação na rede pública. As cidades compõem um total de 37 regiões de saúde que, segundo a pasta, são consideradas endêmicas para a doença. Serão vacinadas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue, atrás apenas dos idosos.

A vacina contra a dengue, desenvolvida pela empresa francesa Sanofi Pasteur, é a única disponível no Brasil e no mundo. Ela é aplicada em três doses, com intervalo de seis meses entre elas, e protege contra os quatro sorotipos do vírus. No entanto, a vacina tem algumas restrições de uso, como não ser indicada para pessoas que nunca tiveram dengue, gestantes, lactantes e imunodeprimidos.

Em pronunciamento à nação na noite dessa terça-feira (6), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um apelo para que a população adote cuidados para evitar a proliferação de criadouros do mosquito transmissor da dengue dentro de casa. Segundo a ministra, 75% dos focos estão localizados nas residências.

A ministra também destacou a importância da participação da sociedade na prevenção e no combate à doença. Ela pediu que as pessoas procurem um serviço de saúde ao apresentarem os sintomas da dengue, que são: febre alta, dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele.

A dengue é uma doença grave e pode evoluir para formas mais severas, como a dengue hemorrágica, que pode levar à morte. Por isso, é fundamental que o diagnóstico seja feito precocemente e que o tratamento seja iniciado o quanto antes. O tratamento consiste em hidratação, repouso e uso de medicamentos para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. Não se deve usar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, como aspirina, pois eles podem aumentar o risco de sangramento.

A dengue é uma doença sazonal, que costuma aumentar nos períodos de chuva e calor, quando o mosquito se reproduz com mais facilidade. O Aedes aegypti é um mosquito urbano, que se adapta ao ambiente doméstico e se alimenta de sangue humano. Ele pode transmitir, além da dengue, outras doenças, como zika, chikungunya e febre amarela.

A única forma de evitar a dengue é eliminar os possíveis criadouros do mosquito, que são locais que acumulam água parada, como pneus, garrafas, vasos de plantas, caixas d’água, piscinas, calhas, entre outros. É preciso verificar semanalmente esses locais e eliminar a água ou tampá-los adequadamente. Também é recomendado usar repelentes, mosquiteiros e roupas que cubram a pele para evitar as picadas do mosquito.

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