Entenda a importância do aleitamento materno
No dia 1º de agosto foi celebrado o dia mundial da amamentação. A cor dourada foi escolhida para lembrar mães e pais da importância da amamentação exclusiva no peito pelo menos nos primeiros seis meses de vida da criança.
A enfermeira e diretora da Telos Educacional Eliane Thyssen explica que a amamentação é o ato de alimentar o bebê com o leite materno direto no seio da mãe.
Mas a amamentação também pode ser feita com o leite materno que foi retirado por ordenha manual e oferecido à criança em outro momento, como acontece com os bebês prematuros que ainda não conseguem fazer a sucção na mama da mãe.
“O aleitamento materno é benéfico tanto para a mãe quanto para o bebê. Ele garante os nutrientes essenciais para a criança nos primeiros seis meses de vida”, explica Eliane.
Ela conta também que a amamentação é fundamental até os dois anos de idade. “Sabemos que nem todas as mães vão conseguir amamentar pelos dois anos, mas nos primeiros seis meses é fundamental. Ela deve ser uma amamentação que precisa ser exclusiva nesse primeiro momento. ”
A profissional de enfermagem explica que a amamentação é importante tanto para a mãe quanto para o bebê porque apresenta benefícios que vão muito além da simples nutrição.
“A amamentação reduz a mortalidade nas crianças com até cinco anos de idade. O aleitamento materno reduz casos de diarreia, infecção respiratória, alergia, tanto diabete, hipertensão, colesterol alto e obesidade”, diz Eliane.
A amamentação também desenvolve um melhor desenvolvimento na cavidade bucal do bebê porque ele faz a sucção. Muitos estudos demonstram que as crianças que foram amamentadas apresentam um melhor desenvolvimento cognitivo.
Já para a mãe, Eliane explica que o benefício é porque reduz risco de câncer de mama. A amamentação também acelera a redução de peso da mãe e tem alguns estudos que indicam que também reduz o risco de fratura óssea por osteoporose.
O aleitamento materno permite com que o útero volte ao tamanho normal mais rapidamente após o parto normal ou até mesmo na cesárea. No caso da cesárea, Eliane explica que o leite vem com um pouco de retardo. No parto normal, a descida do leite acontece mais rapidamente.
“Uma coisa que muitas mulheres não sabem é que a amamentação funciona como importante método contraceptivo. A mulher que está amamentando exclusivamente acaba não tendo a menstruação, e isso faz com que isso sirva como método contraceptivo”, orienta a enfermeira.
Laços Afetivos
Eliane conta que a amamentação reforça o laço entre mãe e criança. E isso se torna um vínculo forte.
“Nós podemos falar que apesar de todas as evidências científicas provando a superioridade da amamentação sobre outras formas de alimentar a criança, a taxa de aleitamento materno exclusiva é muito pequena ainda. Os profissionais de saúde têm um papel fundamental, principalmente o enfermeiro, na reversão desse quadro. Para isso precisamos estar preparados e por mais competentes que sejamos nos aspectos técnico, relacionado a lactação, o aleitamento materno não será bem-sucedido se não tiver um olhar atento, levando em consideração os aspectos emocionais, a cultura familiar, a rede social que tem de apoio a mulher,” diz a enfermeira.
Ela explica que esse olhar necessariamente deve reconhecer a mulher como protagonista do seu processo de amamentar, valorizando, escutando e até mesmo empoderando essa mulher.
A criança que é amamentada exclusivamente no seio materno conseguirá se defender de infecções, e também terá benefícios na sua fisiologia e desenvolvimento cognitivo e emocional.
Coloração do leite
Muitas mães que se preocupam com a coloração do leite e ficam preocupadas achando que o leite não tem vitamina suficiente. Muitas mulheres acham que por ser transparente o leite é fraco e não sustenta a criança.
“É importante que as mulheres saibam que a coloração do leite varia ao longo de uma mamada e também da dieta que a mãe faz. O leite do início da mamada, o chamado leite anterior, pelo seu alto teor de água, ele parece água de coco e é bem clarinho. Porém é muito rico em anticorpos”, diz Eliane.
A profissional conta que o leite do meio tende a ter coloração branca opaca, devido a concentração de caseína.
Já o leite posterior, do final da mamada, é mais amarelo, devido a presença do betacaroteno que é um pigmento que está na cenoura e abóbora, por exemplo, que é proveniente da dieta da mãe.
Ele pode ter ainda aspecto azulado ou esverdeado. Isso tem a ver com o que a mãe ingere. Quando ela ingere grande quantidade de vegetais verdes isso pode acontecer.
“A mãe não precisa se preocupar porque o leite tem todas as vitaminas, sais minerais e água para nutrir o bebê. A coloração não interfere na nutrição. A mãe precisa entender que o leite vai nutrir”, diz Eliane.
Para uma amamentação bem-sucedida a mãe precisa de um constante incentivo. Os pais têm sido aliados nesse novo papel. Não só do cuidado, da importância com o bebê, mas do cuidado com a mãe.
Além dos pais, os enfermeiros devem tentar entender que as pessoas têm uma participação importante no dia-a-dia das mães e das crianças, como as avós ou outros parentes.
A figura da avó é bastante presente na cultura brasileira. Elas costumam exercer grande influência nas mães. Muitas avós querem inserir usos de chás, água e outros leites nos primeiros seis meses. “É importante sempre aconselhar os avós que a amamentação exclusiva é muito importante para a criança”, alerta a enfermeira.
Com todos os envolvidos em sintonia, amamentar se torna um prazer tanto para mãe quanto para a criança que crescerá saudável.