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Europa confirma casos da nova variante ômicron

A Alemanha confirmou neste sábado (27/11) oficialmente dois casos da nova variante do coronavírus. Ambos foram registrados em viajantes que chegaram da África do Sul e que entraram no país em 24 de novembro pelo aeroporto de Munique, segundo as autoridades regionais.

“Dois casos suspeitos da nova variante do coronavírus ômicron, classificado como variante preocupante pela Organização Mundial de Saúde (OMS), foram confirmados na Baviera”, anunciou num comunicado o secretário da Saúde do estado do sul da Alemanha, Klaus Holetschek.

Outro caso suspeito da nova variante foi registrado no estado de Hessen e também envolve um viajante que chegou da África do Sul, de acordo com as autoridades locais.

Caminhões e carros parados em fila na fronteira da Alemanha. Barreira sanitária durante a pandemia.
Fronteira da Alemanha ( Reinhard Thrainer/Pixabay)

A Secretaria de Saúde da Baviera pediu aos passageiros que chegaram da África do Sul no mesmo voo de 24 de novembro para entrarem em contato imediatamente com sua autoridade de saúde local.

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Quarentena

Todas as pessoas que chegaram da África do Sul nos últimos 14 dias foram instadas a reduzirem imediatamente o contato com outras pessoas, a fazerem um teste PCR e relatarem seu histórico de viagens às autoridades.

Além disso, todas as pessoas que chegam de partes do sul da África classificadas como “áreas de variante de vírus” pela agência nacional de controle de doenças da Alemanha, o Instituto Robert Koch (RKI), devem se colocar em quarentena por 14 dias, independentemente do estado de vacinação.

A Baviera já é particularmente afetada pela quarta onda da pandemia na Alemanha. No total, cerca de 30 pacientes de terapia intensiva deverão ser transportados de avião para hospitais em outras partes do país ao longo deste fim de semana. A Força Aérea da Alemanha está envolvida nas
operações.

A Alemanha está lutando contra níveis recorde de infecções por covid-19, com unidades de terapia intensiva alcançando gradualmente a capacidade máxima, enquanto medidas restritivas são acirradas nas regiões mais afetadas.

Restrições voltam ao Reino Unido

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou neste sábado uma série de restrições para combater a variante ômicron do novo coronavírus, entre elas, a obrigatoriedade do uso de máscara em estabelecimentos comerciais e transporte público, além de testes de detecção para viajantes.

O chefe de governo, que antes do verão no Hemisfério Norte, iniciado em junho, flexibilizou todas as limitações vigentes, destacou, em coletiva de imprensa, a importância de se “ganhar tempo”, minimizando os contágios até que os especialistas determinem o efeito da nova variante.

Johnson reforçou que o governo “não irá proibir as viagens”, mas, a partir de agora e, pelo menos, até que sejam revistas as medidas em três semanas, as pessoas vacinadas que chegarem ao Reino Unido deverão realizar teste PCR no fim do segundo dia da chegada e seguirem isoladas até que saia um resultado negativo.

Até então, as pessoas que estavam vacinadas e que chegam de territórios permitidos só precisavam fazer um teste de antígenos, obrigatoriedade que continua para quem não foi imunizado. Todos os casos positivos deverão se confinar por 10 dias.

Os familiares e pessoas próximas daqueles que tiverem detectada a infecção pela variante ômicron, estejam ou não vacinadas, precisarão passar por período de quarentena, segundo Johnson.

Máscaras

Além disso, segundo o premiê, serão endurecidas “as normas sobre as máscaras em lojas e no transporte público”, assim como em outros espaços fechados. Atualmente, o item de proteção é considerado de uso voluntário.

Apesar de admitir que ainda não se sabe sobre a eficácia das vacinas contra a nova variante, Johnson cobrou que toda a população receba a dose de reforço de algum dos imunizantes.

O ministro britânico da Saúde, Sajid Javid, afirmou também neste sábado que foram detectados dois casos de infecção pela variante ômicron do novo coronavírus em pessoas que já estão cumprindo período de isolamento.

O titular da pasta disse que os registros aconteceram na localidade de Chelmsford, no condado de Essex, na região central da Inglaterra, que fica próxima a Londres e Nottingham.

O ministro ainda explicou que outros quatro países foram incluídos na lista de alerta pelo governo britânico. Angola, Malaui, Moçambique e Zâmbia se juntaram a África do Sul (onde a ômicron foi inicialmente detectada), Botsuana, Lesoto, Namíbia, Suazilândia e Zimbábue. Assim, a partir deste domingo, dessas nações, apenas cidadãos locais podem entrar no Reino Unido, tendo que cumprir 10 dias de quarentena.

“Se alguém viajou para esses quatro países ou para qualquer outro da lista vermelha, nos últimos quatro dias, devem se isolar e realizar teste PCR”, pediu o ministro.

Itália

Na Itália, o primeiro caso da variante ômicron foi detectado em um doente proveniente de Moçambique, anunciou o Instituto Superior de Saúde (ISS), tutelado pelo executivo italiano. Segundo o ISS, “o doente e os membros da sua família estão em bom estado de saúde”.

O genoma foi sequenciado no Laboratório de Microbiologia Clínica, Virologia e Diagnóstico de Bioemergência do Hospital Sacco, de Milão, a partir de uma amostra positiva de um paciente procedente de Moçambique.

A Espanha, que não registrou casos da variante ômicron do novo coronavírus, reforçou neste sábado os controles de entradas de viajantes vindos de alguns países da África, com a obrigação de um teste negativo, assim como do Reino Unido, que precisarão comprovar a vacinação.

O governo espanhol publicou diversas normas que limitam os requisitos de entrada das pessoas vindas do território britânico, assim como de outros considerados de alto risco de contágio, que são Namíbia, Bostuana, Suazilândia, Lesoto, Moçambique, Zimbábue e África do Sul, esse último, onde foi detectada primeiramente a nova cepa

Aqueles que pretenderem entrar na Espanha vindo de algum desses países deverão apresentar, a partir deste sábado, o resultado negativo de um teste de detecção do novo coronavírus, que tenha sido feito, ao menos, 72 horas antes da chegada ao país, independentemente de estarem vacinados ou não.

Alerta mundial

A descoberta de uma nova variante do coronavírus na África Sul, potencialmente mais contagiosa, gerou alerta no mundo ao final desta semana, com países ocidentais tentando se blindar com bloqueios aéreos, ao mesmo tempo em que os primeiros casos começam a ser registrados.

A variante se chama ômicron. Ela é a primeira desde a detecção da delta, há cerca de um ano, a ganhar da Organização Mundial da Saúde (OMS) o rótulo de “variante de preocupação”, sua categoria mais elevada.

A designação significa que a variante tem mutações que podem torná-la mais contagiosa ou mais virulenta, ou tornar as vacinas e outras medidas preventivas menos eficazes – embora nenhum desses efeitos ainda tenha sido oficialmente confirmado.

A Bélgica foi o primeiro país a relatar um caso: um viajante que passou por Egito e Turquia, e não esteve na África do Sul, o que sugere já estar acontecendo transmissão comunitária além da região sul da África. Outros casos também foram detectados em Israel e Hong Kong. 

Desde sexta-feira, países como Brasil, EUA, Canadá e membros da União Europeia começaram proibir a entrada de viajantes que estiveram nos últimos 14 dias em seis países do sul da África: África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

Os EUA informaram nesta sexta-feira que proibirão viagens da África do Sul e de sete outras nações africanas por cidadãos não americanos a partir de segunda-feira. Os países-membros da União Europeia (UE) concordaram em restringir viagens da África do Sul e mais seis países para combater a propagação da ômicron.

Por que a nova variante preocupa tanto

A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela OMS, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul. Neste país, os registros ocorreram principalmente nas cidades de Joanesburgo e Pretória, na província de Gauteng, onde a incidência da covid-19 está alta.

Cientistas estimam que até 90% dos novos casos de coronavírus em Gauteng estejam associados à variante ômicron. Eles acreditam ainda que a cepa já se espalhou para outras oito províncias sul-africanas.

A preocupação dos pesquisadores é com o fato de a variante ômicron demonstrar um número extremamente alto de mutações do coronavírus. Eles encontraram 32 mutações na chamada proteína “spike”. Na variante delta, considerada altamente infecciosa, foram achadas oito mutações.

Ao mesmo tempo em que o número dessas proteínas não é uma indicação exata do quão perigosa a variante pode ser, isso sugere que o sistema imunológico humano pode ter maior dificuldade em combater a nova variante.

Há indicações de que a ômicron possa escapar das respostas imunológicas, gerando riscos mais altos para as pessoas. Entretanto, as infecções com a nova variante não necessariamente serão mais graves do que as anteriores.

Por Deutsche Welle
md (EFE, DPA, AP, AFP, EBC)

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