Facebook bloqueia conta de Nicolás Maduro por desinformação
A conta do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no Facebook está bloqueada por 30 dias devido a “reiteradas violações” da política da empresa sobre desinformação relativa à pandemia do novo coronavírus.
“Removemos um vídeo publicado na página do presidente Nicolás Maduro por violar nossas políticas sobre desinformação relacionada à covid-19 que poderia colocar a população em risco”, informou neste sábado (27/03) um porta-voz da rede social à agência de notícias AFP.
A publicação de Maduro se referia à droga Carvativir, promovida por ele como “gotinhas milagrosas” para tratar o Sars-Cov-2, sem base em quaisquer estudos médicos publicados. “Seguimos as orientações da Organização Mundial da Saúde, segundo as quais atualmente não existe nenhuma medicação que previna ou cure o vírus”, reforçou a empresa dirigida por Mark Zuckerberg.
Já houvera violações prévias, e os responsáveis haviam sido advertidos. A conta do mandatário não será eliminada nem invisibilizada na plataforma, mas apenas colocada em “modo leitura” por um mês, com os administradores impedidos de fazer publicações ou postar comentários.
“Quem manda na Venezuela?”
O presidente venezuelano já havia criticado o Facebook por censurar seus vídeos relacionados ao medicamento em questão: “Eles dizem que, até a OMS dizer que sim, não posso falar do Carvativir. Quem manda na Venezuela? O dono do Facebook? Abusadores. Zuckerberg, é como se chama? É um tremendo abusador”, declarou Maduro na televisão, em 2 de fevereiro. Antes, também atacara as plataformas Twitter e o Youtube.
Diante da avalanche de informações no contexto da pandemia de covid-19, a Facebook ajustou suas políticas, regulando “anúncios que contenham informações enganosas, falsas ou infundadas sobre temas de saúde, inclusive aquelas assegurando que um produto ou serviço possa oferecer 100% de prevenção ou imunidade, ou que seja capaz de curar o vírus”.
Com 30 milhões de habitantes, segundo as cifras oficiais a Venezuela acumula mais de 154 mil casos confirmados de covid-19 e 1.532 mortes, desde os primeiros registros da doença, em março de 2020. Os dados, contudo, são questionados por entidades como a ONG Human Rights Watch, segundo as quais a realidade é muito mais grave.
Por Deutsche Welle
av (AFP, Lusa)