Juros do consignado para CLT e MEI disparam e preocupam governo
Taxas médias chegam a 6% ao mês, ultrapassando a previsão inicial de 3,5%, e levantam questionamentos sobre a eficácia do programa
A recente modalidade de crédito consignado, lançada pelo governo federal em março de 2025 e destinada a trabalhadores com carteira assinada (CLT) e microempreendedores individuais (MEI), tem apresentado taxas de juros superiores às previstas inicialmente. O programa, denominado “Crédito do Trabalhador”, visava oferecer empréstimos com taxas em torno de 3,5% ao mês, utilizando o saldo do FGTS como garantia. Contudo, as taxas praticadas por algumas instituições financeiras já alcançam 6% ao mês, gerando preocupações e críticas.

A discrepância nas taxas é atribuída à baixa adesão das instituições financeiras ao programa. Com poucas entidades oferecendo essa linha de crédito, a concorrência reduzida resulta em juros mais elevados. A expectativa do governo era que a utilização do FGTS como garantia incentivasse os bancos a oferecerem condições mais favoráveis, o que não se concretizou até o momento.
Desde o início da operação, em 21 de março, o programa registrou quase 36 milhões de simulações de empréstimos, com mais de 3 milhões de propostas solicitadas e cerca de 17 mil contratos efetivados, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Apesar do volume expressivo de interesse, a efetivação dos contratos representa uma parcela mínima, indicando possíveis dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores para acessar o crédito nas condições anunciadas.
Diante desse cenário, o governo busca alternativas para aumentar a competitividade e reduzir as taxas de juros. Uma das medidas é incentivar mais instituições financeiras a aderirem ao programa, ampliando a oferta e promovendo melhores condições para os trabalhadores. Especialistas recomendam que os interessados comparem as propostas disponíveis e considerem cuidadosamente as condições antes de contratar o empréstimo, evitando comprometer sua saúde financeira.