São Paulo

Estado não atualiza plano para ciência e tecnologia desde 2014, indica representação

Tema foi discutido em reunião com o procurador-geral do Estado, no MP-SP

Responsável pelo maior número de pesquisas científicas no Brasil, o Estado de São Paulo não atualiza o plano diretor para Ciência e Tecnologia desde 2014. A informação consta em uma representação feita ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nesta quarta-feira (11).

APqC MP SP Divulgacao
Addolorata Colariccio, vice-presidente da APqC, Paulo Sérgio de Oliveira Costa, procurador-geral do Estado de SP, Beth Sahão (PT), deputada estadual, e Helena Goldman, advogada da APqC (Divulgação)

Em uma reunião com o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira Costa, a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) defendeu que o Ministério Público atue para ativar o Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia (CONCITE). Previsto na Constituição, com o objetivo de formular e acompanhar a política estadual científica e tecnológica, o colegiado está inoperante, segundo o documento, e sem atualização de um plano diretor para a ciência paulista desde março de 2014, data da última ata.

“O Estado de São Paulo tem a maior estrutura de pesquisa do Brasil, com 17 Institutos Públicos, além das universidades, que atuam na agricultura, saúde e meio ambiente, mas não há uma diretriz que oriente os caminhos desta produção de conhecimento”, explica Addolorata Colariccio, vice-presidente da APqC.

A reunião, na sede do MP-SP, em São Paulo, foi uma iniciativa da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas e Institutos de Pesquisa, da Assembleia Legislativa de São Paulo. No encontro, a deputada estadual Beth Sahão (PT), que preside a Frente, protocolou uma representação solicitando intervenção dos promotores.

Siga nosso canal no Whatsapp

O documento aponta que o CONCITE deveria ser criado por lei específica, mas sua ativação se deu por decreto, contrariando a Constituição Estadual. Além do procurador-geral, também participaram da reunião o subprocurador-geral, Roberto Barbosa Alves, e a subprocuradora de estratégia e inovação do MP-SP,  Carmen Pavão Kfouri.

“Temos que proteger os servidores e as pesquisas que eles realizam, que são importantíssimas para o desenvolvimento do Estado. Uma das razões do crescimento todo de São Paulo é justamente aquilo que ele investiu ao longo de anos na pesquisa, na inovação tecnológica, na ciência”, afirma a deputada.

Sucen

A reunião também discutiu a situação da estrutura da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), órgão responsável pelas pesquisas com vetores no campo e na cidade e que foi extinto em 2020. Em ofício, a parlamentar solicitou informações sobre um procedimento já instaurado pelo Ministério Público, que objetiva a reestruturação do Instituto Pasteur, de forma a contemplar as atividades da extinta SUCEN na Capital e no Interior.

Conforme denunciado pela associação,  a alocação do quadro pessoal da extinta SUCEN em diferentes estruturas administrativas acarreta a perda de sinergia, organização e prejuízos para o desempenho dos trabalhos, e, a melhor solução seria que todos os funcionários estivessem vinculados a gestão única de um órgão da SES-SP,  sendo imprescindível a reestruturação administrativa do Instituto Pasteur.

Em março deste ano, o promotor Arthur Pinto Filho se reuniu com representantes da APqC e da Secretaria de Estado da Saúde para discutir uma possível reestruturação do Instituto Pasteur para abrigar as pesquisas da Sucen.

No documento entregue ontem ao MP-SP, a deputada também solicitou que “sejam prestadas informações sobre a elaboração do inventário do patrimônio físico e científico no momento em que ocorreu a extinção da autarquia”.

0 0 votos
Avalie o artigo

Se inscrever
Notificar de

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Mais desta categoria

Botão Voltar ao topo
0
Está gostando do conteúdo? Comente!x
Fechar

Bloqueador de anúncios

Não bloqueie os anúncios