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Netflix: A Casa das Flores é recomendação para fãs de novelas mexicanas

A Casa das Flores, série original da Netflix produzida no México, tem chamado a atenção do público brasileiro. E com toda a razão. Trata-se de um dramalhão familiar da melhor qualidade, com uma dose de ironia e humor negro. Mantendo a atmosfera deliciosamente cafona das novelas mexicanas, a série brinca com os elementos do folhetim clássico e diverte com uma narrativa que explora segredos familiares. Verónica Castro, a estrela de Os Ricos Também Choram, lidera o elenco desta divertida produção.

A Casa das Flores conta a história da família de La Mora, que ficou rica tocando uma tradicional floricultura. O local, que dá nome à série, é também onde Roberta (Claudette Maille) se enforca, logo nos primeiros minutos da trama. Ela é amante de Ernesto (Arturo Ríos), o patriarca dos de La Mora. A partir do suicídio, os segredos da família que sempre alimentou a imagem perfeita, começam a vir à tona.

Virginia (Verónica Castro) não perdoa a traição do marido e arma para se vingar. Ao mesmo tempo, precisa lidar com a filha Paulina (Cecilia Suárez), que sabia do segredo do pai e nunca revelou. Enquanto isso, há a filha pródiga, Elena (Aislinn Derbez), que está noiva de um homem negro, uma situação impensável para a conservadora (e preconceituosa) matriarca; e o filho Julián (Dario Yazbek Bernal), que é noivo de Lucía (Sheryl Rubio), mas tem um caso com o contador Diego (Juan Pablo Medina). E estes são apenas os segredos iniciais. Conforme a série se desenrola, muitas surpresas mais surgem.

A Casa das Flores tem toques de Almodóvar e Desperate Housewives

Em razão de se colocar como um típico dramalhão familiar, A Casa das Flores é um programa obrigatório para fãs de novelas mexicanas. Todos os elementos das tramas estão ali, como os cenários kitsch, os figurinos espalhafatosos e o exagero das situações. No entanto, tais elementos estão reorganizados de uma maneira bem original. Ou seja, em vários momentos, A Casa das Flores parece rir de si mesma. Mas não ao ponto de ser uma sátira, o que poderia afugentar os fãs dos folhetins.

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Além disso, a série tem uma mistura de referências muito interessante. O enredo e a estética também lembram o estilo do diretor espanhol Pedro Almodóvar, sobretudo nas cenas passadas num cabaré, que também se chama A Casa das Flores. A presença constante de transsexuais e drag queens também dialoga com o universo almodovariano, bem como o humor carregado de ironia e sarcasmo.

Por outro lado, o autor e roteirista Manolo Caro, criador de A Casa das Flores, também bebe da fonte de séries americanas como Desperate Housewives. Os mistérios e as reviravoltas da série lembram muito as desventuras das donas de casa de Wisteria Lane. Há, inclusive, uma narradora falecida. Roberta, a “enforcada”, segue observando os de La Mora, tal qual Mary Alice da série americana.

Hipnótica

Esta mistura de elementos faz de A Casa das Flores uma série bastante original. Com muitas reviravoltas a cada episódio, a trama tem um poder hipnótico que envolve. Sem dúvidas, um trunfo da Netflix. O serviço de streaming dá ao público a oportunidade de assistir produções que fogem do usual. Neste caso, mostra que a teledramaturgia mexicana vai além das novelas exibidas pelo SBT.

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