Protesto de pesquisadores pede valorização da carreira
Pesquisadores científicos que atuam nos Institutos Públicos do Estado de São Paulo participaram hoje (7) de duas manifestações na Capital Paulista por valorização da categoria. O protesto, com cientistas da Capital e do Interior, ocorreu após a Assembleia Legislativa (Alesp) aprovar, no mês passado, aumento de 50% no salário do governador, do vice e dos secretários de Estado.
A mobilização foi organizada pela Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), que encomendou um estudo sobre a desvalorização dos cientistas que atuam em 16 Institutos Públicos. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), enquanto a inflação acumulada entre novembro de 2013 e outubro de 2022, medida pelo IPCA, foi de 70,4%, os servidores que atuam nos Institutos tiveram apenas 13,85% de aumento. Já o governador, vice e secretários iniciarão o próximo ano com reajuste total no mesmo período de 67,3%.
“Os servidores dos Institutos Públicos terminam 2022 com uma perda de 49% no poder de compra, trabalhadores que atuam em pesquisas que salvam vidas, preservam o meio ambiente e permitem produzir melhores alimentos, mas não recebem a devida valorização do Estado”, comenta Patricia Bianca Clissa, presidente da APqC.
Os Institutos Públicos realizam pesquisas nas áreas de Saúde, Meio Ambiente e Agricultura, e contam hoje com 3,1 mil servidores. Em junho deste ano, a APqC entregou ao Governo do Estado uma proposta de Projeto de Lei para reestruturação da remuneração da categoria.
“Após a entrega desta proposta, o Governo de Rodrigo Garcia (PSDB) ficou de fazer um estudo de impacto no orçamento, mas até hoje não apresentou uma resposta aos pesquisadores”, aponta Clissa.
No protesto desta quarta-feira, com mobilização em frente ao Palácio dos Bandeirantes e à Alesp, pesquisadores cobraram de Garcia o resultado do estudo de impacto orçamentário. Após a manifestação, o Governo sinalizou que pretende receber representantes da associação na próxima semana.
Na Alesp, a APqC protocolou no gabinete do deputado estadual Delegado Olim (PP), relator do orçamento do Estado, um pedido de emenda para valorização da categoria.
Outra reivindicação
Na proposta entregue, em junho, ao Estado, a APqC também apontou “falta de isonomia salarial” na carreira de pesquisador. Segundo a entidade, alguns pesquisadores conseguiram, na Justiça, equiparar o salário aos valores pagos a professores de Universidade Estaduais.
“Esta discrepância remuneratória vem ocasionando um conflito gerencial dentro dos Institutos, vez que um pesquisador com currículo ainda incipiente, pode possuir vencimentos superiores ao de pesquisador nível VI, portador de denso currículo, o que compromete seriamente o desempenho global de cada Instituto de Pesquisa do Estado de São Paulo”, diz trecho do documento.